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Grécia recorre ao exército para tirar o lixo das ruas devido a greve

Agência France-Presse
postado em 17/10/2011 13:14
Atenas - A Grécia, que amanheceu nesta segunda-feira (17/10) sem transportes por causa da greve de 48h dos funcionários do setor, recorreu ao exército para recolher as toneladas de lixo que se acumulam nas ruas. Os protestos setoriais se multiplicam desde a semana passada na Grécia, antes da votação prevista para quinta-feira do projeto de lei que inclui novos cortes e que deve culminar numa greve geral de 48 horas na quarta e quinta, convocada pelos sindicatos.

O transporte marítimo entre as ilhas da Grécia estava completamente interrompido nesta segunda-feira. Nenhum barco saiu ou chegou ao porto de Pireu, perto de Atenas, desde as 6h local, indicou o ministério da Marinha Mercante. A Federação Nacional de Marinheiros (PNO) destacou o "sucesso total" da greve contra "a bárbara ofensiva que tem como objetivo as conquistas sociais" em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.

Por sua vez, os juízes e atuários lançaram um movimento de fechamento dos tribunais três horas antes do horário habitual. Os agentes fiscais, os funcionários do ministério das Finanças e da alfândega, mobilizados há semanas contra as restrições orçamentárias, iniciaram nesta segunda-feira greves de duração variável.

As mobilizações setoriais convergem em uma greve geral de 48 horas com manifestações convocadas pelas duas grandes centrais sindicais da Grécia, Adedy e GSEE. Os sindicatos protestam contra um novo pacote de medidas de rigor, o segundo desde junho passado, que endurece o plano de austeridade que o grupo FMI-UE-BCE impôs à Grécia em maio de 2010 em troca de uma ajuda financeira.

O projeto de lei, que suprime vantagens salariais e envia ao seguro-desemprego 30 mil funcionários do setor público, aumenta a pressão fiscal e congela as convenções coletivas, deve ser discutido e submetido à votação na quinta-feira. Por sua vez, os garis de Atenas, em greve desde 2 de outubro, esperam que a justiça se pronuncie sobre a legalidade do movimento, depois do prefeito da capital apresentar uma ação pedindo que se proíba o movimento por ser "ilegal e abusivo".

As autoridades deixaram a responsabilidade pela coleta de lixo a sociedades privadas que trabalham protegidas pela polícia.

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