Agência France-Presse
postado em 18/10/2011 17:01
PARIS - A libertação do soldado israelense Gilad Shalit, depois de cinco anos de cativeiro nas mãos do movimento islamita Hamas, gerou um forte impacto emocional e reativou em muitos países esperanças renovadas de reativação do processo de paz israelense-palestino. Shalit, de 25 anos, foi trocado por 1.027 presos palestinos, 477 dos quais foram libertados imediatamente (os outros 550 serão soltos nos próximos dois meses).O militar, levado de Gaza ao Egito antes de voltar ao país, disse esperar que sua libertação ajude a "alcançar a paz". Seu desejo encontrou eco nas declarações de muitos líderes mundiais.
O ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, afirmou que a libertação de Shalit "é um bom presságio para o futuro". Para o primeiro-ministro egípcio, Esam Sharaf, cujo país intermediou o intercâmbio, a troca de prisioneiros "faz parte dos esforços pela estabilidade e a segurança" no Oriente Médio.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, lembrou que Shalit também tem a nacionalidade francesa e fez votos para que sua libertação permita "retomar as negociações" entre israelenses e palestinos.
Grã-Bretanha e Itália usaram o mesmo tom em suas reações. "Cumprimento o primeiro-ministro (israelense, Benjamin) Netanyahu, e todas as pessoas envolvidas na devolução (de Shalit) à sua casa, são e salvo, e espero que esta troca de prisioneiros seja um passo a mais na direção da paz", afirmou o primeiro-ministro britânico, David Cameron. "A Grã-Bretanha continuará apoiando Israel na luta para derrotar o terrorismo. Continuamos firmemente comprometidos com a causa da paz no Oriente Médio, com Israel e um Estado palestino vivendo um ao lado do outro com segurança", acrescentou.
Para o ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, "o acordo de troca de prisioneiros (...) pode ser interpretado como uma mensagem de paz e pode servir para reativar as negociações". "Estamos contentes porque a longa e dura provação (...) terminou para Gilad Shalit", declarou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, durante visita à capital líbia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, saudou o papel "primordial" do Egito nas negociações e manifestou seu desejo de que "essa colaboração frutífera entre Israel e Egito contribua para a retomada das relações de boa vizinhança entre estes dois países", que recentemente sofreram graves tensões.
A Turquia, que receberá uma dezena de palestinos liberados, reivindicou um papel nas negociações e instou uma rápida solução do conflito. "Tudo o que desejamos é que as armas silenciem, que não haja mais derramamento de sangue e que a Palestina (...) se torne um Estado mais livre, independente e seguro, com suas próprias fronteiras", disse o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu.
O Irã, que não reconhece o Estado de Israel, saudou a "nação palestina" por ter conseguido a libertação de mais de mil presos "detidos pelo ilegítimo regime sionista".