Agência France-Presse
postado em 18/10/2011 17:58
SANTIAGO - O governo chileno anunciou que invocará a Lei de Segurança do Estado, uma rígida norma usada em casos excepcionais para manter a ordem, contra os responsáveis pela queima de um ônibus durante o primeiro dia do protesto de 48 horas convocado por estudantes."O governo resolveu apresentar uma ação criminal pela Lei de Segurança do Estado contra aqueles que interceptaram um ônibus hoje, aterrorizaram e fizeram os passageiros e o motorista descerem, e depois o incendiaram", disse à imprensa o ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter.
Durante as primeiras horas de mobilização, um ônibus do transporte público foi incendiado por um grupo de encapuzados nos arredores da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade do Chile. O motorista ficou ferido, mas todos os passageiros saíram ilesos.
Em ao menos outros 10 pontos da cidade também foram levantadas barricadas e fogueiras com a queima de lixo, pneus e outros objetos, que obrigaram a paralisação do trânsito em grande parte da cidade, de mais de 6 milhões de habitantes, na hora do rush pela manhã, provocando engarrafamentos. "Como governo, não estaríamos cumprindo nossa obrigação se, ao apresentar uma ação judicial, não invocássemos essa lei que, por conta desses atos, somos obrigados a invocar", completou o ministro do Interior.
Ao recorrer a essa lei, as penas para os eventuais condenados são maiores na comparação com a legislação comum.
O dia de protesto foi convocado pela Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e ocorre em um momento em que o diálogo com o governo foi interrompido, depois que os estudantes se retiraram em 4 de outubro da mesa de negociação aberta para destravar esse conflito que se arrasta há mais de cinco meses.
Hizpeter afirmou que durante esta terça-feira o governo viu "muita violência, muita falta de respeito com os chilenos que simplesmente querem ter uma vida normal, muita destruição sem sentido".