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Bangcoc enfrenta uma das piores inundações das últimas décadas

Agência France-Presse
postado em 20/10/2011 10:54


BANGCOC -
As autoridades tailandesas desistiram nesta quinta-feira de preservar totalmente Bangcoc das piores inundações das últimas décadas. O governo anunciou que todas as comportas da capital serão abertas para permitir a drenagem da água para o mar. "Não poderemos bloquear a água indefinidamente (...). Quanto mais bloqueamos, mais a água sobe", declarou a primeira-ministra Yingluck Shinawatra.

Yingluck optou durante à tarde pela abertura das 200 comportas que regulam cerca de 2.000 km de rios e canais de uma megalópole de 12 milhões de habitantes. "Eu decidi pedir à Bangcoc que abrisse todas as comportas, o que poderá provocar inundações com o objetivo de drenar a água o mais rápido possível". "Simultaneamente, as bombas vão funcionar", acrescentou. Segundo números oficiais, a capital possui 158 estações que bombeiam 1.500 m; por segundo, e sete grandes canalizações subterrâneas, porém mais de 100 milhões de m; de água precisam ser evacuadas.

O anuncio provocou uma nova invasão dos habitantes aos supermercados, onde os estoques de água já acabaram. O governo enfrenta seu primeiro grande teste desde que assumiu o poder em agosto, e se esforça há duas semanas para evitar que a capital seja invadida pelas águas.

Dezenas de quilômetros de diques de sacos de areia foram construídos para manter o centro de negócios e o aeroporto intactos. Mas a enorme massa de água tem se acumulado no norte da cidade, inundando parte do subúrbio.

Na quarta-feira, o Centro de Alerta Nacional para as Catástrofes Naturais, O almirante Kohlak Charoenruk, pediu pela evacuação das águas através de Bangcoc, por temer "epidemias e um desastre Humanitário". Diante da ameaça, sete distritos receberam sinal de alerta.

O governo mobilizou 50 mil soldados e 30 mil policiais, que fazem a segurança dos diques, para evitar a destruição por parte dos habitantes de áreas já inundadas.

As inundações, provocadas por monções excepcionalmente abundantes, já causaram 320 mortos, além de três desaparecidos, segundo o último relatório desta manhã. A oposição exigiu na quarta-feira que fosse declarado estado de alerta para dar mais poder aos militares e permitir as evacuações e interdição de algumas estradas. Esta opção foi recusada pelo governo.

Yingluck tem sido criticada por sua indecisão e várias declarações contraditórias. A irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra no exílio, uma mulher de negócios que entrou na política dois meses antes das eleições em julho, está lutando para convencer o país sobre sua capacidade de governar.

O governo adotou nesta terça-feira um aumento do déficit orçamental para 50 bilhões de baht (1,18 bilhão de euros) para financiar o programa de ajuda e reconstrução do país. Várias zonas industriais foram inundadas, o que paralisou a produção nos setores automotivo e de tecnologia.

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