Agência France-Presse
postado em 23/10/2011 21:34
NICÓSIA - Oito civis foram mortos a tiros neste domingo (23/10) pelas forças de segurança, principalmente em Homs (centro) e em Hama (norte), principais focos da onda de contestação ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido.Cinco civis, sendo uma mulher, foram mortos à noite na cidade de Homs, palco de operações militares há vários dias. "Dois civis foram mortos a tiros de madrugada pelas forças de segurança na localidade de Al-Madiq, na província de Hama (210 km ao norte de Damasco), e seus funerais se transformaram em uma manifestação massiva exigindo a queda do regime", informou o OSDH.
O decano da faculdade de petroquímica de Homs, Mohammad Khaddour, foi sequestrado, e um oficial que tentou salvá-lo foi morto a tiros por homens armados, segundo o OSDH. Em Mayadine, próximo a Deir Ezzor, um civil foi morto e outros dois ficaram gravemente feridos após serem atacados por agentes de segurança, segundo a mesma fonte.
A União Europeia (UE) está pronta para adotar novas sanções contra a Síria se a repressão às manifestações contra o regime permanecerem, advertiu neste domingo seu presidente, Herman Van Rompuy. Os líderes da UE, reunidos em uma cúpula em Bruxelas, "se declararam fortemente preocupados com a violência contra a população" e "infligirão novas medidas restritivas contra o regime" se a repressão não for interrompida, declarou Van Rompuy à imprensa.
Os dirigentes europeus também pediram novamente, na declaração final da cúpula, que o presidente sírio "deixe o poder para permitir uma transição política". Os europeus "condenam nos termos mais fortes a brutal repressão" na Síria. Eles também pediram "a todos os membros do Conselho de Segurança da ONU que assumam suas responsabilidades em relação à situação na Síria".
Enquanto isso, o presidente Assad promulgou um decreto nomeando dois novos governadores: Yasser Salmane al-Choufi na província de Idleb e Hussein Makhlouf Makhlouf na província de Damasco, segundo a rede de televisão do governo.