Agência France-Presse
postado em 26/10/2011 23:21
Um dos principais símbolos da repressão criminosa imposta pela ditadura Argentina entre os anos de 1976 a 1983, o ex-oficial da Marinha de Guerra Alfredo Astiz, 59 anos, foi condenado à prisão perpétua, por crimes, torturas e sequestros pela justiça do país."Condeno Alfredo Astiz à pena de prisão perpétua por privação ilegítima de liberdade, tortura e homicídio", foi o veredicto do Tribunal que julgava 18 militares repressores da ditadura, a maioria ex-membros da Marinha.
Astiz, conhecido como o "Anjo louro da morte", já tinha sido condenado à prisão perpétua à revelia na França e na Itália, e é considerado um agente emblemático da repressão durante a ditadura.
O comandante Astiz, reformado em 1998 por dizer à imprensa que "mataria" e "colocaria bombas" se recebesse ordens, foi considerado culpado do desaparecimento das freiras francesas Leonie Duquet e Alice Domon, da fundadora das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, e do escritor e jornalista Rodolfo Walsh, entre outras vítimas.
O chefe de Astiz durante a ditadura, o comandante Jorge ;Tigre; Acosta, também foi condenado à prisão perpétua por crimes contra a humanidade.
Até esta decisão, Astiz nunca havia sido condenado dentro de território argentino, por ter sido beneficiado pelas leis de Ponto Final e Obediência Devida, promulgadas durante o governo Raúl Alfonsín (1983-1989) e que eximiram de responsabilidade penal militares. No entanto, em 2003, quando o Congresso anulou essas leis, os processos contra Astiz foram reabertos e lhe foi aplicado a prisão preventiva.