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Em dia marcado por violência, forças sírias matam pelo menos 35 civis

Damasco - As forças de segurança sírias mataram pelo menos 35 civis nesta sexta-feira (28/10), em um dos dias mais violentos há semanas e no qual a oposição convocou uma manifestação a favor de uma zona de exclusão aérea para acabar com a sangrenta repressão. A maior parte das vítimas morreu nas regiões de Homs e Hama, os dois maiores centros de contestação, segundo militantes. Além disso, dois civis foram mortos e 10 outros ficaram feridos em Tsil, na província de Deraa. Mais de 100 pessoas ficaram feridas e outras 500 foram presas por todo o país, segundo informações do líder da OSDH, Rami Abdel Rahmane. Desde o dia 15 de março, a repressão matou mais de 3.000, de acordo com a ONU.

Toda sexta-feira, desde o início da contestação contra o regime do presidente Bashar al-Assad, muitas manifestações são organizadas nas saídas das mesquitas, após a oração da tarde. Só no bairro de Deir Balaa, em Homs, aproximadamente 20.000 manifestantes se reuniram exigindo a queda do regime. Os militantes pró-democracia convocaram através do Facebook manifestações a favor de uma "zona de exclusão aérea, com o objetivo de permitir que as ;Forças Armadas livres da Síria; atuem com mais liberdade". "As Forças Armadas livres da Síria" é uma força de oposição armada, que foi anunciada em julho pelo coronel Riad al-Asaad, desertor que se refugiou na Turquia. Os combates entre soldados do exército oficial e desertores se multiplicaram nas últimas semanas.

O OSDH informou que as Forças Armadas e de segurança realizaram perseguições em Kafruma, na província de Idleb, e prenderam 13 pessoas, entre elas uma mulher e seu filho de 12 anos. Na mesma região, o "funeral de um soldado desertor se transformou em uma enorme manifestação em Maaret al-Nomaane", segundo a mesma fonte. O embaixador da França na ONU, Gérard Araud, declarou ontem que os 15 países membros do Conselho de Segurança devem se reunir mais uma vez para decidir novas ações contra a Síria.

No início de outubro, os vetos da China e da Rússia impediram a aprovação de uma resolução que ameaçava Damasco. Contudo, na quinta-feira, o emissário especial chinês para o Oriente Médio, Wu Sike, exigiu "o fim de todos os atos de violência e derramamento de sangue e a realização de reformas por meio do diálogo e vias pacíficas". A Lituânia anunciou nesta sexta-feira que interditou o sobrevôo de seu território por aviões sírios, temendo o transporte de material militar. A Espanha convocou o embaixador da Síria para denunciar a perseguição e a intimidação dos opositores sírios que vivem no país e que se dizem vítimas de ações da embaixada.