Agência France-Presse
postado em 30/10/2011 14:54
GAZA, 30 outubro 2011 (AFP) - Um combatente palestino foi morto e outro ficou gravemente ferido na tarde deste domingo em Gaza, algumas horas após o restabelecimento de uma frágil trégua entre as facções palestinas e Israel.Os dois homens eram membros da ala militar da Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP), uma pequena organização nacionalista de extrema-esquerda, precisaram testemunhas.
O exército israelense, ouvido pela AFP, confirmou que "uma aeronave manteve como alvo um comando terrorista que se preparava para lançar foguetes contra Israel" à leste de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
O novo incidente eleva a 10 o número de palestinos mortos por ataques aéreos em Gaza nas últimas 24 hores, estando entre eles nove ativistas da radical Jihad islâmica. Um israelense faleceu, vítima de seus ferimentos, na noite de sábado, depois de projéteis disparados contra o sul de Israel.
Estes confrontos foram os mais sangrentos desde a instauração de uma trégua tácita entre as organizações paramilitares de Gaza e Israel no final de agosto.
Neste domingo, bem cedo, os movimentos palestinos de Gaza se comprometeram a restabelecer o cessar-fogo com Israel, em seguida à intervenção dos serviços de informação egípcios, a contar a partir das 06H00 locais (2H00 de Brasília).
Desde as 7H00 (3H00 de Brasília), nenhum foguete caiu em solo israelense, segundo a polícia local.
A Jihad Islâmica, que assumiu a responsabilidade pelos tiros nas últimas 24 horas, se disse "comprometida pela trégua tanto quanto a ocupação israelense".
"Estamos ligados pelos esforços egípcios, mas nos reservamos o direito de responder a toda a escalada no futuro", explicou um porta-voz da Jihad islâmica, Daoud Chahab, destacando que "a volta à calma está ligada ao comportamento do ocupante (Israel) no terreno".
Em comunicado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que "não há trégua".
"Prometo que o outro lado pagará um preço mais caro, até que pare de atirar", repetiu Netanyahu.
A escalada da violência explodiu no sábado à tarde, quando um ataque israelense matou cinco militantes da Jihad islâmica num campo de treinamento do sul da Faixa de Gaza. Os tiros de foguetes se sucederam, então, dando lugar a novos ataques mortíferos.
No total, mais de 30 projéteis foram atirados entre sábado e domingo contra o sul de Israel, onde foi acionado o alerta vermelho.
Em comunicado, o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry, havia alertado sábado para "a recente escalada da violência".
As escolas israelenses situadas a menos de 40 km da Faixa de Gaza ficaram fechadas domingo.
Trata-se do primeiro confronto mortífero desde que o soldado israelense Gilad Shalit, detido em Gaza durante mais de cinco anos, recuperou a liberdade no dia 18 de outubro, em troca da libertação de 477 prisioneiros palestinos.