Reeleito com 66,43%, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, de 65 anos, comandará o país pelo terceiro mandato consecutivo. Os resultados oficiais das eleições, ocorridas ontem (6), foram divulgadas nas primeiras horas desta segunda-feira (7/11). Ortega venceu o empresário Fábio Gadea, que conquistou 25,52% dos votos. Mais de 70% dos eleitores credenciados compareceram às urnas. Porém, a eleição ocorreu em meio a uma série de suspeitas de irregularidades.
Também disputaram a corrida presidencial o ex-presidente Arnoldo Alemán, que obteve 7,1% dos votos, e o deputado Enrique Quiñónez, que conseguiu 0,2% e o acadêmico Roger Guevara, que alcançou 0,07%. Mesmo antes da confirmação oficial dos dados, os simpatizantes de Ortega começaram as comemorações ontem.
Observadores da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos (OEA) informaram ter tido dificuldades para acessar os locais de votação. A candidatura de Ortega foi considerada por alguns setores como ilegítima, ilegal e inconstitucional devido às manobras legais ocorridas para contornar a proibição constitucional de reeleição imediata do presidente.
O chefe da missão da OEA, o ex-chanceler argentino Dante Caputo, disse que os observadores tiveram dificuldades de acesso a 20% das zonas eleitorais ; eram 13 mil em todo país. O líder da missão da União Europeia, o deputado socialista espanhol Luis Yáñez, acrescentou que 90 observadores também tiveram "dificuldades" e disse que ;a situação é inexplicável".
Aproximadamente 3,4 milhões de eleitores estavam credenciados para votar ontem. O pleito incluiu escolhas para os cargos de presidente da Nicarágua, vice-presidente, 90 deputados da Assembleia Nacional e 20 representantes para o Parlamento Centroamericano.