Agência France-Presse
postado em 07/11/2011 11:08
Teerã - Teerã rebateu de maneira antecipada as possíveis acusações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) por seu programa nuclear e prometeu represálias contra Israel e Estados Unidos no caso de ataque militar contra seu território. A hipótese de um ataque de Israel contra as instalações nucleares do Irã ganhou força nos últimos dias, alimentada por vazamentos para a imprensa sobre um debate que divide o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.Nesta segunda-feira o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad declarou que Estados Unidos e Israel desejam atacar o Irã para combater a crescente influência da República Islâmica e advertiu contra qualquer agressão ao país, em uma entrevista ao jornal egípcio Al-Akhbar. "O Irã aumentou suas capacidades e continua progredindo, e por esta razão é capaz de rivalizar com o mundo. Agora Israel e o Ocidente, em especial os Estados Unidos, temem as capacidades e o papel do Irã", disse Ahmadinejad.
"Buscam apoio internacional para suprimir a influência (do Irã). Os arrogantes devem saber que o Irã não permitirá esta agressão", completou. O presidente israelense, Shimon Peres, considerado um "moderado" ao contrário do "falcão" Netanyahu, afirmou no domingo que "a possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática".
A Rússia advertiu nesta segunda-feira a Israel que um ataque contra o Irã seria um "erro muito grave" capaz de provocar mais conflitos e causar vítimas civis. "Seria um erro muito grave com consequências imprevisíveis", disse o chanceler russo Serguei Lavrov. "Não pode existir nenhuma solução militar para o problema nuclear iraniano, como não pode existir para nenhum outro problema do mundo contemporâneo", completou Lavrov. A AIEA publicará na terça-feira um relatório sobre o programa nuclear iraniano.