postado em 07/11/2011 18:13
PARIS - A primeira audiência do julgamento aberto contra o venezuelano, Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal" e outros três acusados - ausentes no julgamento - por quatro "atos de terrorismo" na França nos anos 80 (11 mortos) foi concluída nesta segunda-feira às 18h GMT (16h de Brasília). Na terça e quarta-feira, o tribunal examinará a personalidade dos acusados. Com mais de 70 testemunhas chamadas a comparecer, o processo deve ser prolongado até 16 de dezembro.Desde o primeiro minuto, os dois advogados de Chacal - sua esposa Isabelle Coutant Peyre e Francis Vuillemin - denunciaram "o julgamento injusto" e ameaçaram abandonar o local. Decidido a levar a audiência até o fim, o juiz Olivier Leurent imediatamente forçou os dois a ficarem.
[SAIBAMAIS]Coutant Peyre questionou o julgamento de seu cliente por um tribunal penal composto apenas por juízes e sem jurados. Em sua opinião, esse tratamento é "discriminatório". Ilich Ramirez Sanchez reivindicou, em uma entrevista publicada domingo por um jornal venezuelano, a autoria de mais de 100 ataques que mataram entre "1.500 e 2.000 pessoas".
Segundo seu biógrafo francês, Bernard Violet, Carlos "exagera nas cifras das vítimas que seus atos deixaram". "É surrealista. Ele exagera as cifras e não dá provas", afirmou o autor de "Carlos", publicada em 1996. "Trata-se de uma provocação para chamar a atenção dos meios de comunicação", enfatizou.
Preso no Sudão em agosto de 1994, o Chacal não saiu mais das prisões francesas. Carlos já foi condenado à prisão perpétua em 1997 pela morte de três homens, entre eles dois policiais, em 1975 na França.