Agência France-Presse
postado em 08/11/2011 15:26
ATENAS - A Grécia espera conhecer nesta terça-feira o nome do seu novo primeiro-ministro, que dirigirá uma coalizão entre o governante PASOK (socialista) e a oposição de direita, num momento em que a Eurozona e os Estados Unidos aguardam com impaciência a formação de um novo governo.As tentativas de chegar a um consenso sobre o novo chefe de governo, que substituirá o atual primeiro-ministro Georges Papandreou, prosseguiram nesta terça-feira com o líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, segundo fontes diplomatas.
Na noite de segunda-feira, os líderes da Eurozona pediram aos partidos do futuro governo de coalizão na Grécia um compromisso por escrito de que irão continuar com as reformas econômicas e cortes nos gastos públicos, em troca da ajuda prometida.
Os Estados Unidos demonstraram satisfação quanto ao acordo alcançado pela Grécia para a adoção de novas medidas de austeridade, mas ressaltaram que o próximo governo de Atenas terá que cumprir todas as condições estabelecidas para o resgate do país de maneira rápida.
O plano, aprovado na madrugada do dia 27 de outubro em Bruxelas, prevê uma ajuda total de 130 bilhões de euros (entre créditos e garantias), além de uma dedução de 100 bilhões de euros de dívidas de um total de 350 bilhões. Em contrapartida, Atenas deverá se submeter a um plano de rigor e aceitar ficar sob tutela.
Lucas Papademos, ex-diretor do Banco Central Europeu (BCE), braço direito de Jean-Claude Trichet, e conselheiro de Papandreou, será, segundo a imprensa local, o novo primeiro-ministro.
Outros nomes foram evocados para ocupar o cargo, como Nikiforos Diamanturos o representante grego no Fundo Monetário Internacional, Panayotis Rumeliotis.
Segundo o diário pró-governamental, Ta Nea, Papademos impôs, como condição à sua renúncia, ocupar o cargo de ministro das Finanças. O atual titular é Evangeles Venizelos.
Samaras disse em várias ocasiões ser favorável ao resgate europeu. Contudo, considerou que o contínuo aumento dos impostos terá consequências negativas na retomada do crescimento econômico.
"A Grécia avança lentamente, apesar da pressão da União Europeia", afirmou o jornal, que expressou a "decepção" quanto à "incapacidade de Papandreou e Samaras em chegar a um acordo sobre um novo governo".
Por sua vez, o jornal financeiro Naftemporiki sublinhou que "as pressões da Europa" servem para que os dois partidos acordem e formem um governo.