Jornal Correio Braziliense

Mundo

Síria acusa Estados Unidos de alimentar revolta contra Bashar al Assad

NOVA YORK - A Síria acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de se envolver diretamente nos protestos contra o presidente do país árabe, Bashar al Assad, depois que Washington pediu que os opositores do regime sírio não se rendessem.

O ministro sírio de Relações Exteriores, Walid Muallem, instou o Conselho de Segurança da ONU a "condenar" as ações dos Estados Unidos, segundo indica uma carta enviada ao conselho. "Esta carta é apenas mais uma tentativa do governo sírio de distrair a atenção de sua repressão violenta contra o povo da Síria", respondeu Payton Knopf, porta-voz da delegação dos Estados Unidos na ONU.

Em 4 de novembro, o Departamento de Estado americano aconselhou o povo sírio a não se render diante do regime do presidente Al-Assad, apesar de Damasco ter anunciado uma anistia àqueles que entregarem as armas. "No momento, eu não aconselharia ninguém a se render diante das autoridades do regime", disse Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado, que manifestou temores pelo bem-estar do povo sírio.

A Síria "considera que, após as declarações do Departamento de Estado, os Estados Unidos se envolveram diretamente nos violentos distúrbios na Síria", disse Muallem.

Os Estados Unidos "motivam os grupos armados a continuar suas atividades contra o povo e o Estado", completou.

A sangrenta repressão do governo Al-Assad contra as manifestações da oposição que exploriam em meados de março deixaram mais de 3.500 mortos, segundo a ONU, e alimentaram um crescente irritação internacional.

Rússia e China, no entanto, vetaram uma resolução proposta pelas nações europeias no mês passado, na qual se condenava o governo sírio por sua violência contra o povo.