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Fortalecimento da presença militar dos EUA na Austrália irrita China

postado em 16/11/2011 12:23
Camberra - Os Estados Unidos enviará até 2.500 fuzileiros navais para o norte da Austrália na expansão de sua aliança militar, anunciaram na quarta-feira (16/11) o presidente americano, Barack Obama, e a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, o que irritou a China.

Os dois aliados já começaram a adaptar sua presença militar diante de uma nova era em matéria de segurança marcada pelo auge chinês.

O primeiro grupo de 250 fuzileiros americanos será enviado à cidade de Darwin em meados de 2012. Será o início de uma presença rotativa de seis meses de até 2.500 efetivos.

"Acordamos iniciativas comuns para incrementar nossa aliança de 60 anos de idade e para mantê-la forte no futuro", disse Gillard durante uma coletiva de imprensa em Canberra.

"Trata-se de um novo acordo para expandir a colaboração existente entre a Força de Defesa Australiana e o Corpo da Marinha dos Estados Unidos e a Força Aérea dos Estados Unidos", acrescentou.

"Temos a intenção de construir isto por etapas", explicou Gillard.

As autoridades chinesas reagiram imediatamente. "Pode não ser muito apropriado intensificar e expandir as alianças militares e pode não ser do interesse dos países nesta região", afirmou à imprensa o porta-voz da chancelaria chinesa, Liu Weimin, em resposta a uma pergunta sobre esta expansão.

As tropas, cujos países também são aliados no Afeganistão, realizaram exercícios e treinamentos nas bases militares da Austrália com a força da Defesa Australiana.

Os dois Estados concordaram em aprofundar a cooperação entre suas forças aéreas, isto resultará em uma crescente movimentação de aviões americanos no norte da Austrália, mais próximo da Ásia do que Sidney e Melbourne.

Obama afirmou que o anúncio da força militar conjunta e sua viagem à região Ásia-Pacífico é um claro sinal para os aliados dos Estados Unidos na região.

"Somos duas nações do Pacífico e com a minha visita à região quero provar que os Estados Unidos vão aumentar seus compromissos com toda (a área) Ásia-Pacífico", declarou.

"O fortalecimento de nossa aliança envia uma mensagem clara de nosso compromisso com esta região, um compromisso não-perecível e indestrutível", acrescentou Obama.

"A segunda mensagem que quero dar é que estamos aqui para ficar. Esta é uma região de enorme importância estratégica para nós. Neste momento estamos tomando decisões fiscais importantes para nosso país, isto está em primeiro lugar na minha lista de prioridades", disse.

"Nós garantimos que podemos desempenhar nosso papel de liderança na região do Pacífico", insistiu.

Obama esclareceu que o fortalecimento desta aliança não deve ser visto como uma ameaça para a China, mas advertiu que esse país terá que respeitar "as regras do jogo".

"O principal recado que dei, não só publicamente, mas em particular com os chineses, é que sua ascensão significa mais responsabilidade", disse.

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