Agência France-Presse
postado em 16/11/2011 21:26
BOGOTÁ - Uma greve de estudantes de universidades públicas na Colômbia foi encerrada nesta quarta-feira, após 36 dias e depois que o Congresso arquivou um projeto de lei do governo para reformar o ensino superior, anunciaram os organizadores do protesto.A Mesa Ampliada Estudantil, que liderou a greve, disse esperar que o governo reafirme "na prática e nos atos o que afirmou por escrito e através dos meios de comunicação". Mais de 500 mil estudantes das universidades públicas iniciaram o protesto no último 12 de outubro em rejeição a uma reforma do ensino superior, a qual consideram privatizante.
Os estudantes, após reivindicar "vitória", chamaram "os órgãos de direção das universidades a dar soluções concretas para a finalização de 100% dos calendários acadêmicos".
O encerramento da greve ocorre depois que nesta quarta-feira uma comissão do Congresso que estudava o projeto de lei apresentado pelo Executivo aprovou sua retirada, atendendo a uma solicitação do governo, como pedido pelos estudantes.
Os estudantes também exigiram um "compromisso público e explícito" do presidente Juan Manuel Santos de que o governo trabalhará com a comunidade universitária em um novo projeto de lei, e que lhes dará "garantias para a mobilização e a conclusão do semestre universitário", segundo afirmaram no domingo após uma reunião da Mesa.
A ministra da Educação, María Fernando Ocampo, reafirmou nesta quarta-feira que o governo está pronto para iniciar esta semana a discussão com os estudantes sobre a metodologia e cronograma para criar um novo projeto de reforma do ensino superior.
Apesar de os estudantes terem concordado retornar às aulas, continuarão realizando mobilizações nas ruas para "tornar real a aspiração de conseguir uma educação a serviço dos interesses da população e da Nação", afirmaram em sua declaração nesta quarta-feira.
Nesse sentido, anunciaram que em 24 de novembro sairão às ruas para fazer parte de uma "jornada continental da luta ao direito à educação", junto com os estudantes de Chile, Guatemala e outros países latino-americanos, disseram.