Agência France-Presse
postado em 20/11/2011 13:18
DAMAS - O ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, minimizou, neste domingo, a importância do ultimato dado pela Liga Árabe, afirmando que ;ainda é possível um acordo sobre a proposta de saída da crise, para pôr fim ao derramamento de sangue no país"."Nós, na Síria, não consideramos o ultimato em si uma questão importante, mas seu conteúdo; chegar a um acordo com a Liga Árabe é o que conta", agora, disse ele durante entrevista à imprensa, num momento em que a Liga ameaçou Damasco de sanções econômicas, se a violência não cessasse até a noite de sábado.
Walid Mouallem também rejeitou os temores de guerra civil expressos pela secretária de Estado americana Hillary Clinton, afirmando que "ela tomava o próprio desejo por realidade".
"Quando a sra. Clinton diz que a oposição está bem armada, (...) é o mesmo que dizer, em inglês, ;wishful thinking; (um pensamento desejado)", afirmou o ministro, durante entrevista à imprensa na capital síria.
Hillary Clinton disse, na sexta-feira, achar "que poderia haver uma guerra civil, com uma oposição bem determinada, bem armada e, finalmente, bem financiada", repetiu ele.
Walid Mouallem também acusou domingo alguns membros da Liga Árabe de usar a organização como "instrumento" de aproximação ao Conselho de Segurança da ONU.
"Não podemos tomar decisões precipitadas. É preciso uma reflexão racional", disse.
A proposta "da Liga Árabe comporta artigos refletindo as posições não equilibradas aprovadas por alguns Estados membros desde o começo da crise", acrescentou, depois que a organização pan-árabe rejeitou, domingo, um pedido de emendas de Damasco ao projeto de enviar uma delegação de 500 observadores à Síria.
"O protocolo concede aos emissários da Liga Árabe prerrogativas amplas, e até impossíveis, podendo ir até a violação da soberania nacional", destacou.
"Não há precedentes, na história de organizações regionais, que uma dessas entidades trabalhe contra o interesse de um de seus membros", denunciou.