Agência France-Presse
postado em 20/11/2011 21:50
Madri - Os eleitores do conservador Partido Popular (PP) comemoravam desde as primeiras horas da tarde a vitória da formação, que após a contagem de mais de 99% dos votos, venceu por maioria absoluta as eleições gerais deste domingo na Espanha.Dezenas de pessoas, que aos poucos viraram centenas, se aglomeravam em frente à sede central do PP na rua Gênova, em Madri, para comemorar a vitória da formação conservadora, que voltará ao governo após sete anos na oposição, tendo o combate à crise como principal objetivo.
Segundo dados oficiais, após algo mais 99% dos votos contabilizados, o Partido Popular (PP), liderado por Mariano Rajoy, de 56 anos, obteve 44,59% dos votos e 186 cadeiras no Congresso dos Deputados, dos 350 que formam a Câmara baixa do Parlamento, um número superior ao recorde histórico, obtido no ano 2000 (183 deputados).
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), ao contrário, sofreu a pior derrota da história, reduzindo seu número de cadeiras de 169 para 110, abaixo dos 118 deputados eleitos em 1977, nas primeiras eleições que disputou após sair da clandestinidade, com o fim da ditadura de Franco.
"Esperamos que faça uma mudança muito importante, que possamos levar o país adiante", afirmou Yaiza Madaruelo, estudante de 19 anos, que votou pela primeira vez e depois seguiu com uma amiga para a sede do PP.
"Com eles (nr, o PP), a Espanha se saiu bem", disse, com uma bandeira espanhola no bolso, em alusão aos anos do governo conservador de José María Aznar (1996-2004), antes de assegurar que o primeiro desafio que o novo governo terá que enfrentar são os quase cinco milhões de desempregados que a crise gerou.
"Estou certa de que com o PP as coisas vão se acertar, mas com muito sacrifício", disse Carmen Colmenares, pensionista de 68 anos, que não hesitou em chamar de "perdidos" os quase oito anos de governo socialista.
Fortes aplausos e um mar de bandeiras azuis com o logotipo da gaivota azul, símbolo do PP, acolheram as palavras da coordenadora eleitoral do partido, Ana Mato, quando anunciou, mais cedo: "Segundo nossos dados, e também, segundo pesquisas de boca de urna, podemos afirmar que o PP teria vencido as eleições por ampla maioria".
"Espero que mude, que nos dê esperança e que as coisas melhorem e o primeiro que deveriam fazer é cortar gastos supérfluos e administrar bem", avaliou Maria Angeles Serna, pensionista de 63 anos, que viajou de Valencia (leste) a Madri acompanhada do marido para comemorar a vitória do seu partido.
Perto deste casal, Antonio García, um médico de 80 anos, que exibia uma foto de Rajoy e da presidente regional de Madri, Esperanza Aguirre, assegurou que eles "vão aplicar políticas totalmente diferentes".
"Vai haver cortes, mas é necessário", acrescentou, antecipando as prováveis medidas dolorosas que o novo governo terá que aplicar para tentar enfrentar a crise econômica, que acabou pesando sobre o governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero.
Longe dali, na sede socialista da rua Ferraz, os militantes e partidários do PSOE tentavam receber a vitória da melhor forma possível.
"Estou realmente desolada e muito triste e preocupada. Vão cortar tudo nas importantes políticas sociais. É muito preocupante. Tudo o que conseguimos será cortado", lamentava Tina Alcarcón, aposentada de 65 anos.