Phnom Penh - O processo emblemático de três altos dirigentes do regime Khmer Vermelho no Camboja teve início nesta segunda-feira (21/11) em Phnom Penh e representa a última oportunidade para as vítimas de compreender, mais de três décadas depois, o que motivou a morte de dois milhões de pessoas.
O juiz Nil Nonn declarou os debates abertos no julgamento do ideólogo do regime, Nuon Chea, do ex-ministro das Relações Exteriores Ieng Sary e do presidente da "Kampuchea democrática", Khieu Samphan.
Os três principais dirigentes do regime marxista totalitário de Pol Pot (1975-1979) ainda vivos são acusados de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
O processo não terá a presença da ex-ministra de Assuntos Sociais Ieng Thirith, que sofre de demência e que os juízes consideraram inapta para ser julgada.
Os juízes determinaram na semana passada a libertação de Thirith, mas os promotores apelaram da decisão.
A decisão definitiva deve ser anunciada em 15 dias.
"A abertura deste processo é um momento que representa um marco para o tribunal e para o Camboja", declarou no domingo Clair Duffy, observadora da corte para a organização Open Society Justice Initiative.
As esperanças de um pedido de desculpas de milhares de cambojanos podem ser em vão, já que os três idosos negam todas as acusações.
Apenas Khieu Samphan disse que pretendia cooperar com o processo, enquanto Nuon Chea se retirou de uma audiência em junho e Ieng Sary anunciou mês passado que não pretendia prestar depoimento.