Mundo

Irã condena novas sanções ocidentais e as considera sem efeito

Agência France-Presse
postado em 22/11/2011 11:45
Teerã - O Irã condenou nesta terça-feira as novas sanções econômicas anunciadas por Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros países ocidentais por seu controverso programa nuclear e as considerou "sem efeito", disse o porta-voz da chancelaria iraniana. "Estas ações seguem no sentido da hostilidade destes países contra nosso povo. São condenáveis e sem efeito", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, citando em particular Estados Unidos e Grã-Bretanha.

"As ações de alguns países ocidentais contra nosso povo, em particular as de Estados Unidos e Grã-Bretanha, não têm efeito. Todos sabem que o nível de nosso comércio com Grã-Bretanha e Estados Unidos está em um nível baixo. Durante os últimos anos, decidimos reduzir nosso comércio com estes dois países e aumentar com os demais", afirmou o porta-voz. "Este tipo de medidas mais parecem uma guerra psicológica", comentou.

Estas sanções foram anunciadas após um relatório recente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que reforça a suspeita de uma "possível dimensão militar" do programa nuclear iraniano. O Irã rejeitou o novo informe da AIEA afirmando que seu programa nuclear tem apenas objetivos pacíficos. "Com estas resoluções e este tipo de ações planejadas de antemão, pensam em fazer pressão sobre nosso povo para que renuncie aos seus direitos, mas se equivocam", acrescentou Mehmanparast.

Um decreto da Casa Branca endurece as represálias contra as pessoas ou empresas que fornecem ajuda material ou de desenvolvimento dos recursos petrolíferos e do setor petroquímico do Irã. O Reino Unido anunciou horas antes a ruptura de todos os contatos com os bancos iranianos, enquanto o Canadá anunciou o bloqueio "virtual" de todas as transações com o país.

A França também propôs na segunda-feira a países como Alemanha, Estados Unidos, Japão e Canadá o congelamento "imediato" dos ativos dos bancos iranianos e a interrupção das compras de petróleo deste país, para convencer o Irã a renunciar ao seu programa nuclear militar, segundo uma carta divulgada pela presidência francesa. Teerã foi apoiado pela Rússia, que classificou as novas medidas de inaceitáveis e contrárias às leis internacionais.

"Levando-se em conta a decisão unilateral adotada pela administração americana de tornar mais drásticas as sanções contra o Irã (...), a Rússia considera tais medidas inaceitáveis e contrárias à legislação internacional", declarou o ministério das Relações Exteriores em um comunicado. Nos últimos dias, Rússia e China, que fazem parte do grupo 5%2b1 (com França, Grã-Bretanha e Alemanha) rejeitaram qualquer nova ação contra o Irã.

Segundo país da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o Irã obtém boa parte de sua receita de divisas de suas exportações petroleiras e petroquímicas. Segundo as estimativas do FMI, em 2011 o Irã deve obter 81 bilhões de dólares em receitas petroleiras. O Irã prevê exportar 14 bilhões de dólares em produtos petroquímicos durante o ano iraniano em curso (março 2011-março 2012), afirmou nesta terça-feira Abdolhossein Bayat, vice-ministro do Petróleo, citado nesta terça-feira pelo jornal governamental Irã. As exportações petroquímicas em direção aos países europeus representam apenas 11% das exportações iranianas, segundo a agência MEHR.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação