Agência France-Presse
postado em 23/11/2011 14:53
Nova York - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, viajará a Nova York para receber tratamento médico, após firmar um acordo de paz com a oposição, informou nesta quarta-feira (23/11) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.Ban afirmou que "a evolução positiva da situação no Iêmen é promissora" e que Saleh declarou em uma conversa por telefone que não renunciaria ao cargo de presidente, mas que iria aos Estados Unidos para receber tratamento médico.
"Me disse claramente que cederia todo o poder, mas entendo que o acordo prevê que ele continue sendo presidente", disse o líder da ONU aos jornalistas na sede do órgão.
As emendas introduzidas no acordo durante as negociações intensivas do emissário da ONU no Iêmen, Jamal Benomar, prevê um mecanismo de aplicação que estipula que Saleh continuará sendo presidente "a título honorífico" durante 90 dias, segundo fontes políticas iemenitas.
"Mas me disse que chegará para receber tratamento médico (após sofrer um atentado no qual ficou com lesões no rosto), imediatamente depois de assinar seu acordo" e que "viria a Nova York para se submeter a tratamento médico", disse Ban.
O chefe da ONU afirmou que Saleh pediu que "a missão da ONU desse o apoio necessário" no processo de transição.
"Eu disse a ele que as Nações Unidas não economizarão esforços e que, como secretário-geral da ONU, farei todo o possível para mobilizar os recursos necessários e o apoio para que a paz, a estabilidade e a ordem democrática seja restaurada no Iêmen", afirmou.
Saleh, alvo dos protestos da oposição desde janeiro, assinou um acordo impulsionado pelo Conselho de Cooperação do Golfo em Riad nesta quarta-feira.
O governante, cujo mandato acaba no fim de 2013, é acusado de corrupção e de nepotismo por seus detratores.
Conforme o acordo, Saleh deve entregar o poder por um período interino a seu vice-presidente Abd Rabo Mansur Hadi, considerado um homem de consenso.