Agência France-Presse
postado em 23/11/2011 16:15
WASHINGTON, 23 novembro 2011 (AFP) - A Casa Branca rejeitou nesta quarta-feira qualquer modificação em seus planos de instalar o escudo antimísseis da Otan na Europa, e negou que isso represente uma ameaça para a Rússia, apesar de uma advertência formal do presidente Dmitri Medvedev."Os sistemas antimísseis a serem instalados na Europa não ameaçam, e não podem ameaçar, a dissuasão estratégica da Rússia", declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, NCS, Tommy Vietor. "Não modificaremos nem limitaremos de nenhuma forma nossos projetos de mobilização", completou. "Através de inúmeros canais de comunicação, explicamos nossa posição aos dirigentes russos", acrescentou Vietor em comunicado.
"Acreditamos que a cooperação com o sistema de defesa antimíssil pode melhorar a segurança dos Estados Unidos, de nossos aliados na Europa e da própria Rússia, pelo que continuaremos a trabalhar com Moscou para definir os parâmetros de uma possível associação", prometeu Vietor. "No entanto, como parte dessa cooperação, não modificaremos nem limitaremos, de alguma forma, nossos projetos de instalação", acrescentou o porta-voz do NSC.
O Pentágono, atrávés do capitão de corveta John Kirby, porta-voz do ministério da Defesa, também repetiu nesta quarta-feira que o escudo antimísseis não visa a Rússia". Seu objetivo é, ao contrário, "dissuadir e destruir" a ameaça balística iraniana, explicou. "Realizamos consultas de alto nível com militares russos ao longo do processo e esperamos continuar a fazê-lo", acrescentou o porta-voz.
Medvedev ameaçou nesta quarta-feira instalar mísseis de curto alcance do tipo Iskander em Kaliningrad, às portas da União Europeia, "para garantir posição em relação ao sistema antimíssel dos Estados Unidos em território europeu".
A Rússia já ameaçou várias vezes mobilizar esses armamentos em Kaliningrad, que fica na fronteira com a Polônia. Moscou exige ser parte associada do sistema da Otan para a Europa, ou então receber garantias de que não visa sua capacidade de dissuasão, pelo que teria acesso às instalações da Aliança Atlântica para fazer as verificações necessárias.