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Governo de Kuwait renuncia após denúncias e oposição convoca protesto

Agência France-Presse
postado em 28/11/2011 15:58
CIDADE DO KUWAIT - O governo do Kuwait, acusado de corrupção pela oposição, apresentou nesta segunda-feira sua demissão ao emir, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, informou um deputado. A oposição convocou um protesto em massa para esta segunda-feira à noite para pedir a demissão do primeiro-ministro, xeque Nasser Mohammad al-Ahmad al-Sabah, sobrinho do emir.

"O governo do Kuwait apresentou sua demissão, que foi aceita pelo emir", declarou o deputado da oposição islamita Khaled al-Sultan, ao ser entrevistado diante do parlamento. Em seguida, esta renúncia também foi confirmada pela televisão pública do país. "Aguardamos a nomeação de um novo primeiro-ministro antes da dissolução do Parlamento", completou Khaled al-Sultan.

O porta-voz do Parlamento, Jassem al-Khorafi, não quis comentar esta renúncia, alegando que precisava ser anunciada pelo próprio governo. Essas informações foram divulgadas após uma reunião de emergência do Conselho dos Ministros, presidida pelo emir para tratar da crise política no Kuwait.

A situação começou a ficar tensa neste país produtor de petróleo, membro da Opep, quando os deputados de oposição lançaram uma campanha para pedir a demissão do primeiro-ministro, acusado de ter transferido milhões de dólares das contas públicas para contas no exterior.

A oposição também criticou a repressão do regime durante os protestos que se intensificaram nas últimas semanas. O procurador geral prorrogou por mais três semanas no domingo a prisão preventiva de membros da oposição acusados de ter invadido a sede do Parlamento no dia 16 de novembro.

Naquela ocasião, 24 pessoas foram presas, entre elas líderes jovens, professores universitários, médicos e deputados da oposição.

Vinte desses manifestantes começaram uma greve de fome na última sexta-feira e sete acabaram sendo liberados após pagar uma fiança, informou no domingo o advogado dos militantes Al-Humaidi al-Subaie. Centenas de pessoas participaram da invasão do Parlamento, reprimida pela polícia local.

O emir considerou o dia 16 de novembro um "dia negro" para o país. Todas as correntes da oposição (liberais, islamitas e nacionalistas), mais de vinte grupos estudantis e, pela primeira vez, chefes tribais convocaram a população para o protesto desta segunda-feira à noite.

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