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Anistia internacional diz que morte de reféns das Farc é 'crime de guerra'

Agência France-Presse
postado em 28/11/2011 17:22
LONDRES - A Anistia Internacional denunciou nesta segunda-feira como um possível "crime de guerra" o assassinato por parte de seus raptores de quatro reféns da guerrilha colombiana Farc sequestrados há mais de 12 anos em meio a confrontos entre os rebeldes e o Exército.

A organização de defesa dos direitos humanos estabelecida em Londres expressou sua preocupação em um comunicado com a informação oficial de que os três policiais e o militar sequestrados estavam presos por correias e receberam disparos à queima roupa, três na cabeça e um nas costas.

"Caso se confirme que estes quatro reféns foram assassinados nas circunstâncias descritas, isso representaria um crime de guerra", declarou Marcello Pollack, investigador da Anistia para a Colômbia. "As Farc têm o dever de tratar todos os membros das forças de segurança capturados humanamente, em conformidade com a lei humanitária internacional", completou Pollock em comunicado.

Segundo o governo colombiano, o coronel Edgar Yesid Duarte e os tenentes Elkin Hernández e Álvaro Moreno, os três da polícia, assim como o sargento do Exército José Líbio Martínez - o refém mais antigo de seu país -, foram assassinados no sábado por membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) depois de confrontos entre os guerrilheiros e o Exército, que realizava uma operação de busca no departamento de Caquetá, no sul da Colômbia.

Um quinto refém, o sargento Luis Erazo, conseguiu fugir e se encontra convalescente em Bogotá.

A organização instou as autoridades colombianas a garantir que os responsáveis por esses assassinatos prestem contas à Justiça, e reiterou seu chamado às Farc para pôr fim aos sequestros de civis e à tomada de reféns.

As Farc, a guerrilha mais antiga da América Latina, após 47 anos de luta armada, mantém ainda sequestrados ao menos 13 policiais e militares, que planejam trocar por cerca de 500 guerrilheiros presos na Colômbia e nos Estados Unidos. A maioria leva mais de 10 anos de cativeiro.

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