Agência France-Presse
postado em 30/11/2011 12:28
LONDRES - Os trabalhadores do setor público britânico realizavam nesta quarta-feira uma greve para rejeitar a reforma das aposentadorias proposta pelo governo de David Cameron, anunciada pelos sindicatos como a maior em quatro décadas.Pelo menos 75% das escolas públicas eram afetadas pela greve - 87% na Inglaterra, segundo uma estimativa governamental - o que obrigou muitas pessoas a ficar em casa para cuidar dos filhos.
Os diversos sindicatos que convocaram a greve esperavam que até dois milhões de trabalhadores aderissem ao movimento, que também atingia hospitais, onde foram adiadas consultas e cirurgias não urgentes, tribunais, serviços municipais, bibliotecas, museus e alguns transportes locais.
No entanto, os grandes transtornos previstos nos principais aeroportos, e principalmente no de Heathrow, o maior do mundo em tráfego internacional, não se concretizaram até o momento.
"Estamos operando atualmente um serviço normal sem atrasos", anunciou durante a manhã o aeroporto de Heathrow através de sua conta no Twitter, informação confirmada também por um jornalista da AFP presente no local.
Segundo um porta-voz da BAA, a gestora deste aeroporto, dois terços dos funcionários da agência fronteiriça compareceram esta manhã aos seus postos.
E alguns passageiros disseram que a situação era inclusive melhor do que em outros dias.
"Utilizei este terminal sete vezes antes e hoje foi melhor do que normalmente", declarou Debbie Arnell, uma inglesa que voltava de férias na Filadélfia.
Paralelamente, o aeroporto de Gatwick também anunciou que, por enquanto, não registrava atrasos no controle de passageiros.
A situação era igualmente normal na estação internacional de St Pancras, de onde saem os Eurostar, os trens de alta velocidade que unem Londres a Paris e Bruxelas pelo túnel construído sob o canal da Mancha, e na cidade de Dover (sul), de onde saem os ferris com destino ao continente.
Os grevistas se opõem a uma reforma do sistema de aposentadorias do setor público que, se for aprovada, os obrigará a trabalhar mais - até os 66 anos em 2020, contra 60 atualmente para a maioria -, a pagar contribuições mais altas e a receber menos porque a soma será calculada em função da média de todos os anos trabalhados, e não do último salário.
Cerca de mil manifestações estão previstas em todo o país neste dia, que representa o maior desafio à coalizão governamental de conservadores e liberais-democratas que chegou ao poder em maio de 2010, após uma primeira mobilização seguida por milhares de pessoas em junho.