Agência France-Presse
postado em 30/11/2011 17:51
DAMASCO - Apesar das pressões internacionais, a repressão continua na Síria, onde seis civis foram mortos a tiros disparados pelas forças de segurança, que também perderam sete membros durante confrontos.Os seis civis, entre eles um adolescente de 12 anos, morreram nesta quarta-feira na região de Idleb, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido. Enquanto isso, "violentos enfrentamentos entre as forças de segurança e desertores" deixaram sete mortos entre as forças de segurança do regime em Dael, perto de Deraa onde nasceu o movimento de contestação em meados de março, de acordo com a mesma fonte.
A televisão pública anunciou hoje a libertação de "912 detidos". A repressão aos protestos já provocou a morte de mais de 3.500 pessoas, segundo um registro da ONU divulgado no início de novembro.
Na segunda-feira, a Comissão Independente de Investigação sobre a Síria, delegada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, publicou um relatório concluindo que as autoridades sírias cometeram crimes contra a Humanidade ao reprimir as manifestações.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU se reunirá na sexta-feira em uma sessão especial sobre os direitos humanos na Síria a pedido da União Europeia.
A Turquia decidiu adotar as sanções determinadas pela Liga Árabe, que incluem a suspensão das transações comerciais e as linhas de crédito com o governo sírio e entre os bancos centrais dos dois países.
O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse ainda que a Turquia vai suspender sua cooperação estratégica com a Síria e bloqueará o fornecimento de armas. Paralelamente, a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) realizou uma reunião extraordinária nesta quarta-feira em Jeddah (oeste da Arábia Saudita) sobre a situação na Síria, com a presença do chanceler sírio, Walid Mualem.
O chefe da OCI, o turco Ekmeledin Ihsanoglu, negou uma internacionalização da crise na Síria e lembrou sua "oposição a uma intervenção militar" neste país, mas frisou que a opção policial já "provou seu fracasso em conter a crise".