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Mistério cerca explosão ocorrida em Isfahan, cidade próxima a Teerã

postado em 01/12/2011 09:19 / atualizado em 24/09/2020 11:46

Isfahan é uma das principais instalações do programa nuclearUma reportagem do jornal britânico The Times lançou ainda mais mistério à suposta explosão registrada três dias atrás em Isfahan. Oficiais de inteligência israelenses revelaram que tiveram acesso a imagens de satélite das instalações de conversão de urânio, nas imediações da cidade, situada 335km a sudoeste de Teerã. Segundo fontes citadas pela publicação, %u201Cnão há dúvida%u201D de que a explosão danificou a central. Elas também descartaram um %u201Cacidente%u201D. %u201CIsso causou danos às instalações em Isfahan, particularmente aos elementos que acreditamos estarem envolvidos no armazenamento de material bruto%u201D, explicou uma das fontes. O governo iraniano nega o incidente. Citado pela agência estatal iraniana Irna, Mohammad-Mahdi Esma%u2019ili, vice-chefe para Assuntos Políticos e de Segurança, denunciou %u201Cmentiras puras%u201D. No entanto, um representante do governo de Isfahan declarou a um site de notícias iraniano que a explosão, na verdade, foi resultado de um teste militar. As autoridades israelenses não fizeram comentários sobre um bombardeio ou ataque virtual ao país islâmico. Especulações Meir Dagan, ex-chefe do Mossad (o serviço de inteligência de Israel), alertou anteontem que uma ofensiva contra o Irã lançaria o Estado hebraico a uma guerra regional. %u201CEste é um cenário que esperávamos ocorrer a qualquer momento%u201D, afirmou ao Correio Sami Al-Faraj, presidente do Centro para Estudos Estratégicos do Kuweit, referindo-se ao incidente em Isfahan. Segundo o especialista, em 2010 especulou-se sobre a introdução de um vírus nos computadores do reator nuclear de Bushehr, com o objetivo de interromper seu funcionamento. Ouça entrevista com Sami Al-Faraj Al-Faraj também lembra que a explosão em uma base militar iraniana perto da cidade de Bid Kadeh %u2014 17 membros da Guarda Revolucionária morreram %u2014, ocorrida no dia 12, levantou suspeitas de envolvimento do Mossad. %u201CNaquele episódio, a primeira camada da engenharia de mísseis do Irã foi atingida%u201D, explica. O major-general Hassam Moghaddam, arquiteto-chefe do programa de mísseis balísticos, está entre os mortos. %u201CAs duas explosões são pequenos passos em direção a uma guerra geral que Teerã tentará iniciar%u201D, aposta o kuweitiano. O analista do Kuweit visitou as instalações de conversão de urânio de Isfahan, a convite do governo iraniano. Ficou preocupado com o que viu. %u201CA instalação não pode ser defendida. Além de se tratar de uma grande área, ela é vulnerável por não ter sido construída no subsolo, como a usina de Natanz%u201D, diz Al-Faraj. Ele reconhece que Isfahan é um elemento-chave do programa nuclear. %u201CEssa central pode fabricar toneladas de yellow cake %u2014 um composto puro de urânio %u2014 para alimentar as usinas de Natanz e de Arak%u201D, conclui.

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