Agência France-Presse
postado em 01/12/2011 18:09
WASHINGTON - O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira um novo esforço financeiro para combater a Aids nos Estados Unidos e no mundo, durante evento em Washington para lembrar o Dia Mundial de Luta contra a Aids."Podemos vencer esta doença", disse Obama em ato realizado em Washinton, que também contou com discursos via satélite dos ex-presidentes Bill Clinton e George W. Bush, além de participações do vocalista Bono, da banda de rock U2, e da cantora de pop-soul Alicia Keys. "Salvamos muitas vidas, finalizemos a luta", acrescentou o presidente.
Cerca de 1,2 milhão de americanos vive com HIV e dois terços não fazem tratamento para enfrentar a doença, segundo relatório oficial divulgado esta semana. De acordo com os últimos números da ONU, 34 milhões de pessoas em todo o mundo estavam infectadas com HIV/Aids em 2010 e 1,8 milhão morreram, um número inferior aos 2,2 milhões de mortos em 2005.
Em nível internacional, Obama disse que os Estados Unidos estabeleceram "uma nova meta de ajudar seis milhões de pessoas a tratar a doença até o final de 2013. Trata-se de dois milhões de pessoas além da nossa meta original", destacou.
Nos Estados Unidos, Obama anunciou que serão investidos 50 milhões de dólares suplementares de dinheiro público para combater a pandemia: US$ 15 milhões serão destinados a um programa federal de apoio aos cuidados das pessoas infectadas em hospitais de todo o país e US$ 35 milhões para facilitar o acesso dos estados aos medicamentos antirretrovirais.
Um alto funcionário da Casa Branca destacou que os recursos para combater a Aids surgirão de "recursos existentes e não requerem a aprovação do Congresso".
"A taxa de novas infecções pode estar diminuindo em outras regiões, mas não está caindo aqui nos Estados Unidos. A taxa de infecção aqui se mantém estável há mais de uma década", disse Obama. "Esta luta não terminou".
Obama também convocou seus parceiros mundiais, inclusive a China, a intensificar seus esforços para acabar com a Aids, uma pandemia que surgiu há três décadas.
"Unam-se a nós", convocou Obama. "Os países que se comprometeram com o Fundo Global precisam dar o dinheiro que prometeram. Os países que não se comprometeram, devem fazê-lo. Isto inclui os países que no passado podem ter sido destinatários, mas que agora estão em posição de entrar como doadores principais", acrescentou.
A China e outras grandes economias estão em condições de ajudar mais pessoas, destacou. O ex-presidente George W. Bush, que falou via satélite da Tanzânia, elogiou o "grande sucesso do PEPFAR", o programa do governo americano que autorizou, em 2008, 48 bilhões de dólares em cinco anos para a luta mundial contra o HIV/Aids, a tuberculose e a malária. Obama também descreveu o PEPFAR como um dos "grandes legados" de Bush.
Nos Estados Unidos há 50 mil novos casos de Aids ao ano e 16 mil pessoas morrem anualmente, vítimas desta doença.
Bill Clinton advertiu para um retorno da epidemia de Aids nos Estados Unidos, em especial entre os homens homossexuais afro-americanos. "Fico muito preocupado com o fato de a taxa de mortalidade ter subido nos Estados Unidos, simplesmente pelas limitações orçamentárias dos estados", disse o ex-presidente, cuja Fundação Clinton trabalha para obter medicamentos para a Aids a baixo custo para as pessoas necessitadas.
"Todos nós podemos defender um gasto mais efetivo do dinheiro de ajuda, não só nos Estados Unidos mas em todo o mundo", disse Clinton.