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Três perguntas a Cesario Melantonio Neto, embaixador do Brasil no Egito

postado em 02/12/2011 12:00 / atualizado em 28/09/2020 15:41

O senhor acredita que o Egito seguirá o modelo do Irã ou da Turquia? São modelos bem distintos. É possível que o exemplo a ser seguido pelo Egito seja mais parecido com o turco, nunca o iraniano. Mas não se sabe se será exatamente como o modelo turco, pela questão dos militares. Como eles diferem? Na Turquia, o presidente e o primeiro-ministro conseguiram afastar totalmente os militares do poder e subordiná-los ao poder civil. Isso ainda precisa ser feito no Egito. Aliás, depois desse processo eleitoral, o grande desafio para o novo governo será fazer os militares voltarem a ter o papel que lhes cabe em todas as democracias. Ouça a entrevista com Cesario Melantonio Neto. Os militares queriam inclusive escolher os constituintes? Eles queriam escolher 80 entre os 100 constituintes. O problema não era só adiar a eleição, mas redigir a Constituição de maneira que desse a eles imunidade e impedisse um julgamento por corrupção. Até agora, só há civis na cadeia. Nenhum militar foi preso ou julgado, embora estejam no poder há tantas décadas.

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