Atlanta - Herman Cain, único negro entre os aspirantes à candidatura presidencial republicana, anunciou neste sábado que está abandonando a campanha, devido às acusações de agressão sexual que enfrenta.
"Suspendo a minha campanha presidencial devido às contínuas distrações, à contínua dor causada a mim e à minha família", disse Cain durante um ato em Atlanta, Geórgia.
O anúncio põe fim à campanha desse ex-diretor de uma rede de pizzarias, que chegou à cúpula do Partido Republicano mesmo sem ter experiência política.
Cain disse que irá anunciar em breve seu apoio a outro candidato republicano. Ele decidiu se retirar da disputa depois que uma mulher declarou ter sido sua amante por 13 anos.
O ex-candidato também foi acusado de agressão sexual por quatro mulheres, o que nega. "Acusações falsas minaram a minha credibilidade para propor soluções aos cidadãos", disse, ao final de um discurso de meia hora.
O carisma e o discurso expansivo de empresário bem-sucedido diferenciaram Cain de seus sete frios rivais no Partido Republicano, e lhe haviam permitido liderar a preferência dos eleitores nos meses de setembro e outubro, até o nível do então favorito, Mitt Romney.
A queda do sorridente candidato começou após a divulgação, em 30 de outubro, da primeira acusação contra ele. Em 28 de novembro, uma quarta mulher, Ginger White, declarou à TV que havia sido sua amante nos últimos 13 anos.
Após negar as acusações, o pré-candidato anunciou que continuaria a campanha enquanto sua mulher o apoiasse. Mas no dia seguinte, declarou que, antes de 5 de dezembro, decidiria seu futuro político imediato.
Uma pesquisa de opinião que será divulgada na noite deste sábado atribui a Cain apenas 8% das intenções de voto em Iowa, estado-chave do centro, onde será dado o pontapé inicial para as primárias republicanas, em 3 de janeiro.
A desistência de Cain irá beneficiar, principalmente, o ex-presidente da Câmara dos Representantes Newt Gingrich, também conhecido por seus casos extraconjugais.