postado em 05/12/2011 10:45
Catmandu - Novos estudos científicos sobre o derretimento das geleiras do Himalaia revelam o impacto das mudanças climáticas nesta região e a ameaça que pesa sobre 1,3 bilhão de habitantes.Segundo os estudos publicados em três relatórios do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas (ICIMOD), com base em Katmandu, as geleiras diminuíram 21% no Nepal e 22% no Butão nos últimos 30 anos.
Estas descobertas, reveladas domingo na conferência sobre o clima em Durban, são a primeira confirmação oficial sobre o derretimento das geleiras, após várias declarações empíricas.
Elas corrigem também um anúncio errado do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que afirmou em seu 4; relatório em 2007 que as geleiras do Himalaia derretiam mais rápido do que as outras do mundo e "poderiam desaparecer até 2035, ou antes".
O IPCC afirmou que foi "um lamentável erro" provocado por "procedimentos que não foram devidamente acompanhados".
Apoiados pelo projeto de pesquisa financiado pela Suécia e realizado pela ICIMOD durante três anos, os especialistas descobriram que as 10 geleiras observadas estão em processo de derretimento em uma velocidade que acelerou entre 2002 e 2005.
De acordo com os resultados de um outro estudo, o volume de neve que cobre a região diminuiu de maneira significativa nos últimos 10 anos.
"Estes relatórios fornecem um novo ponto de comparação e informações sobre as zonas geográficas específicas para compreender a mudança climática em um dos ecossistemas mais vulneráveis do mundo", comentou o presidente do IPCC, o indiano Rajendra Pachauri.
As 54.000 geleiras do Himalaia alimentam com água os oito maiores rios da Ásia, entre eles - Indus, Ganges, Brahmaputra, Yangtze e Rio Amarelo - suscetíveis de serem afetados pelo stress hídrico nas próximas décadas, com potenciais consequências para os 1,3 bilhão de pessoas.