Agência France-Presse
postado em 08/12/2011 13:11
Cairo - A Irmandade Muçulmana anunciou nesta quinta-feira (8) a sua retirada de um grupo de contato com o Exército, acusado por ela de "marginalizar o Parlamento" encarregado de nomear a comissão que redigirá a futura Constituição do Egito.Mohamed el-Baltagui, um dos dirigentes do partido "Liberdade e Justiça", ligado à Irmandade, indicou que a saída ocorre "após as afirmações do general Mokhtar el-Mulla", membro do Conselho Militar no poder, nas quais garantiu à imprensa anglo-saxã que o Parlamento não terá a exclusividade das nomeações desta comissão.
"Consideramos que qualquer tentativa de marginalizar o Parlamento ou de reduzir suas prerrogativas em favor de qualquer outra entidade não eleita é uma forma de ignorar a vontade popular", declarou Baltagui à AFP.
A Irmandade Muçulmana, grande vencedora da primeira fase das eleições legislativas em curso, participa das negociações realizadas há duas semanas pelo Exército para a formação de um conselho consultivo composto por intelectuais e personalidades políticas.
O general Mulla, membro do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) no comando desde a queda de Hosni Mubarak, assegurou que o futuro Parlamento não "será representativo" de todos os egípcios, segundo declarações divulgadas nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Guardian.
Em consequência disso, ele afirmou que os nomeados para redigir a futura Constituição devem também ser aprovados pelo governo de transição e por esse "Conselho Consultivo", duas instituições controladas pelo CSFA.