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Julgamento do ex-chefe do Exército sérvio por genocídio começa em março

Agência France-Presse
postado em 08/12/2011 19:43
HAIA - O julgamento do ex-chefe do Exército sérvio Ratko Mladic, acusado de cometer genocídio e crimes de guerra durante o conflito na Bósnia (1992-1995), deve começar em março, disse um juiz do tribunal da ONU nesta quinta-feira (8/12). "A câmara espera agendar, e, nesse ponto, eu insisto na palavra espera, o início do julgamento para o dia 26 de março e as alegações iniciais da acusação e da defesa dia 27 de março", disse Alpons Orie em uma sessão do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia.

Se o julgamento seguir como planejado, Maldic enfrentará a justiça 20 anos depois do começo de uma guerra brutal de três anos entre muçulmanos e bósnios de etnia sérvia.

O advogado de Mladic, no entanto, afirmou que o julgamento aconteceria muito cedo para a defesa apresentar o caso, enquanto o próprio acusado disse que não se incomoda com a data.

Preso na Sérvia no dia 26 de maio, depois de 16 anos de fuga, Mladic é acusado por 11 tipos de crimes, incluindo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade por sua participação na guerra que matou cerca de 100 mil pessoas.

Ele nega as acusações, incluindo a responsabilidade pelos massacre de julho de 1995 em Srebrenica, quando mais de 7 mil meninos e homens muçulmanos foram mortos em um período de seis dias. Foi a pior atrocidade em tempos de guerra na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

"Sinto muito por cada inocente que foi morto em todos os lados, em todas as comunidades étnicas da Iugoslávia", disse Mladic em um discurso à corte. "Em nome da paz e da justiça, não quero mais ouvir a palavra guerra".

"Talvez vocês estejam com pressa. Eu não. Para mim, o tempo não tem importância", disse Mladic. Ele aproveitou a presença no tribunal para reclamar do tratamento que tem recebido em um centro de detenção especial desde que foi capturado, acrescentando que perdeu 24 quilos nos últimos meses. Ele também negou o envolvimento no assassinato de 30 muçulmanos na região de Bisina.

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