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Governo do Congo rejeita proclamação de Tshisekedi como presidente do país

Agência France-Presse
postado em 10/12/2011 14:04

Apoiadores de Joseph Kabila celebram sua reeleição como presidente da República Democrática do Congo

Kinshasa - O governo congolês considerou neste sábado (10) uma "infração à lei" e um "atentado à Constituição" a proclamação, na sexta-feira, de Etienne Tshisekedi como presidente da República Democrática do Congo, rejeitando os resultados oficiais da eleição presidencial.

Joseph Kabila, de 40 anos, eleito pela primeira vez em 2006, foi o vencedor oficial do pleito de 28 de novembro, com 48,95% do total (8.880.994 votos), bem acima do opositor Etienne Tshisekedi, de 78 anos, que somou 32,33% (5.864.775 votos), segundo cifras provisórias divulgadas pela Comissão Electoral (CENI) com três dias de atraso.

Tshisekedi rejeitou o resultado e se declarou presidente eleito.

"Trata-se de um ato irresponsável que viola as leis da República", declarou à imprensa o porta-voz do governo, Lambert Mende.

"Considero (estes resultados) uma verdadeira provocação ao nosso povo e os rejeito totalmente. Portanto, considero-me a partir de hoje o presidente eleito da República Democrática do Congo", declarou Tshisekedi, que agradeceu aos "seus compatriotas a confiança".

Tshisekedi pediu para que seus seguidores "permaneçam unidos como um só homem" para apoiá-lo diante dos "acontecimentos que virão".

O autoproclamado presidente eleito também pediu à "comunidade internacional" que encontre uma "solução para este problema" e que "tome todas as disposições para que o sangue do Congo não seja mais derramado na terra deste país".

Tshisekedi era candidato do partido União pela Democracia e pelo Progresso Social (UDPS).

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu calma na República Democrática do Congo.

Ban Ki-moon afirmou que os resultados oficiais do pleito deram vitória a Kabila, "conclamando o povo a resolver as diferenças pacificamente, através de mecanismos legais e da mediação", anunciou seu porta-voz Martin Nesirky, em comunicado

Depois do assssinato de seu pai Laurent Désiré, em 2001, Joseph Kabila foi designado chefe de Estado em 2001, tendo sido finalmente eleito, pela primeira vez, em 2006.

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