Agência France-Presse
postado em 14/12/2011 16:46
Os protestos na Síria entram nesta quinta-feira em seu décimo mês, e os militantes pró-democracia continuam tentando fazer com que suas vozes sejam ouvidas através de um movimento de desobediência civil, apesar da violência diária que deixou um saldo de 29 pessoas mortas nesta quarta-feira. Oito soldados morreram na província de Hama (centro), em um ataque conduzido por desertores contra quatro caminhões do exército regular na entrada da vila de Acharna, informou a entidade opositora Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).O ataque foi uma resposta à morte, ocorrida pouco antes, de vários civis atingidos por tiros disparados pelas forças de segurança quando se deslocavam de carro na localidade de Khattab, na província de Hama, de acordo com o OSDH. "Vinte e um civis morreram pelos tiros das forças militares e de segurança, onze deles na região de Hama", 210 km ao norte de Damasco, assegurou o OSDH.
Na terça-feira, pelo menos 23 civis morreram vítimas de disparos das forças governamentais, embora sete membros dos corpos de segurança tenham sido abatidos por desertores em represália, na localidade de Idleb (nordeste), segundo a OSDH. No sul do país, três desertores foram feridos em Lujat, uma cidade na província de Deraa, um dos berços dos protestos, durante confrontos com tropas oficiais.
Nesta mesma província "eram ouvidos disparos em Hirak, uma localidade que durante a manhã foi tomada de assalto por forças oficiais com suporte de veículos pesados para transporte de tropas", informou a mesma entidade. Nas proximidades da capital, Damasco, as comunicações telefônicas foram cortadas desde a madrugada em Duma, enquanto eram registrados fortes tiroteios perto da sede da Segurança do Estado, a 20 km da capital. Na vila vizinha, Haraste, as forças de segurança prenderam várias pessoas.