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Rússia apresenta na ONU projeto de resolução contra a violênica na Síria

postado em 16/12/2011 08:32
A Rússia surpreendeu a comunidade internacional e apresentou na quinta-feira (15) ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um projeto de resolução que condena a violência na Síria, porém menciona as violações de direitos humanos cometidas por ;todas as partes;, segundo a agência de notícias France-Presse. O governo de Moscou, aliado-chave do presidente Bashar Al-Assad, vinha bloqueando sistematicamente no conselho o exame de qualquer texto condenando o regime pela repressão ao movimento pela democracia. Em nove meses, a ONU contabiliza pelo menos 5 mil mortos, a maioria manifestantes abatidos pelas forças de segurança ; que, segundo a organização humanitária Human Rights Watch, têm ordens superiores de ;atirar para matar;.

O embaixador francês na ONU, Gerard Araud, considerou ;extraordinária; a iniciativa russa e disse esperar que, com ela, o conselho saia da ;inação;. Mais cautelosa, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ressaltou apenas a oportunidade para contornar o impasse sobre a Síria. ;Estudaremos cuidadosamente a proposta e esperamos poder trabalhar com os russos;, disse. Falando sob anonimato, um diplomata ocidental considerou o texto ;desequilibrado;, por equiparar a violência sistemática do regime sírio a ataques pontuais de extremistas armados e desertores contra soldados e militares. ;O texto apresentado merece muitas emendas, mas podemos negociar a partir dele;, concordou o representante francês.

Ouça a entrevista como cinetista político iraquiano Louay Bahry


Desertores das tropas leais a Assad foram a fonte de um relatório no qual a Human Rights Watch (HRW) afirma que o regime deu aos militares ordens explícitas para reprimir os protestos ;usando todos os meios necessários;.

Segundo o informe, entre cerca de 60 entrevistados, metade afirmou ter sido instruído a ;atirar para matar; contra os manifestantes. Os confrontos continuaram ontem, com saldo de ao menos 29 mortos, incluindo 27 homens das forças de segurança.

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