Agência France-Presse
postado em 17/12/2011 10:46
TRÍPOLI - Leon Panetta, o primeiro chefe do Pentágono que visita a Líbia, avaliará pessoalmente neste sábado as necessidades do novo governo, poucas horas depois do levantamento de muitas das sanções americanas impostas ao país durante o regime de Muamar Kadhafi.Durante sua visita de algumas horas, Panetta deverá se encontrar com o primeiro-ministro, Abdel Rahim al-Kib, e com o ministro da Defesa, Osama Juili, um comandante da rebelião que derrubou Kadhafi depois de 42 anos no poder.
"A finalidade de minha viagem à Líbia é ter uma oportunidade de observar a situação de perto, mas também de homenagear o povo líbio, pelo que fez ao derrubar (o líder Muamar) Kadhafi e tentar instaurar um governo para o futuro", declarou Panetta em Ancara antes de viajar a Trípoli.
"Haverá desafios, e haverá também dificuldades, mas estou convencido de que um país como a Líbia, que conseguiu se reconstruir e mostrar tanta coragem, conseguirá em breve instaurar a democracia", disse.
Os Estados Unidos, acrescentou Panetta, estão disponíveis para "oferecer toda a assistência que (os líbios) pedirem", mas, para ele, Washington não irá agora impor seus pontos de vista.
"Eles ganharam o direito de determinar seu futuro", disse Panetta, o segundo funcionário de alto escalão americano que viaja à Líbia, depois da secretária de Estado Hillary Clinton visitar o país dois dias após a captura e a morte de Kadhafi pelos revolucionários.
A visita de Panetta ocorre pouco depois do anúncio do levantamento de uma grande parte das sanções impostas à Líbia por parte dos Estados Unidos e do Conselho de Segurança da ONU, uma medida que o governo de Washington saudou como uma forma de ajudar a reconstrução deste país. "Depois de consultas com o novo governo líbio, os Estados Unidos levantaram a maior parte das sanções americanas", informou o porta-voz da Casa Branca.
O Tesouro, em seguida, informou que os montantes desbloqueados alcançavam "mais de 30 bilhões de dólares".
A medida "libera todos os fundos governamentais e do Banco Central que se encontrem sob jurisdição americana, com algumas exceções limitadas", informou a Casa Branca. "Os bens da família Kadhafi e de ex-membros de seu governo que estejam nos Estados Unidos permanecem congelados", acrescentou.
Pouco antes, diplomatas informaram que o Conselho de Segurança retirou as sanções que pesavam sobre o Banco Central Líbio e sobre um banco líbio de investimentos no exterior para evitar uma crise de liquidez no país.
No poder há apenas três semanas, o governo líbio não dispõe agora de liquidez para pagar os salários dos funcionários públicos, nem manter programas como o de desarmamento da população e o que se propunha a integrar os rebeldes que combateram o regime de Kadhafi.
Organizados em milícias armadas, estes revolucionários praticamente ditam a lei em partes de Trípoli, onde controlam diversas instalações estratégicas, como o aeroporto internacional.