Agência France-Presse
postado em 17/12/2011 22:42
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, presidiu neste sábado os atos comemorativos pelos 181 anos da morte do libertador Simón Bolívar, durante os quais foi apresentado o novo sarcófago no qual repousam os restos do líder da independência íbero-americana. "Sabemos agora, sem qualquer tipo de dúvida e para sempre, que estás aqui, pai, estás aqui conosco, és tu", disse Chávez, durante a cerimônia transmitida por rede de rádio e TV do Panteão Nacional de Caracas, onde está a tumba de Bolívar. O caixão de madeira é decorado com pérolas da costa venezuelana, diamantes das regiões mineradoras do sul e oito estrelas de ouro doado pelo Banco Central da Venezuela, segundo a agência oficial de notícias AVN.Um estudo científico, chefiado pelo governo venezuelano, confirmou em julho que os restos de Bolívar no Panteão Nacional são autênticos, embora não tenha podido revelar as causas da morte, após uma investigação iniciada um ano antes. Os restos de Bolívar foram exumados pelo governo em junho de 2010, de forma inesperada, para certificar se pretenciam ao Libertador, determinar as causas de sua morte em 1830 e preservar melhor seus restos mortais. Sob o novo caixão, os ossos de Bolívar repousam em uma urna especialmente acondicionada e fabricada com um polímero transparente que permitirá futuras observações.
A versão histórica conta que Bolívar morreu de tuberculose na cidade colombiana de Santa Marta, mas Chávez duvida desta versão e chegou a sugerir em algumas ocasiões que o líder foi envenenado por seus inimigos, que "o queriam morto". "Acho que assassinaram Simón Bolívar, não sei se a tecnologia dê para descobrir", reafirmou neste sábado o presidente. O governo também constrói um mausoléu vizinho para acomodar definitivamente os restos de Bolívar que, segundo a imprensa, terá 2.900 toneladas de aço, pouco menos da metade da Torre Eiffel.