Agência France-Presse
postado em 21/12/2011 10:08
TÓQUIO - O governo japonês apresentou nesta quarta-feira o novo programa de trabalhos para a central nuclear de Fukushima, que tem previsão de 40 anos de obras para o desmantelamento, em consequência do atual estado das instalações e das novas técnicas necessárias."O trabalho será feito em várias etapas", explicou Goshi Hosono, ministro do Meio Ambiente, em uma entrevista coletiva.A retirada do combustível utilizado das piscinas de desativação começará dentro de dois anos e vai durar muito tempo. Ao mesmo tempo serão reforçados os sistemas de resfriamento para reatores e piscinas, assim como as diferentes instalações.
A extração do combustível nos reatores 1 a 3 acontecerá em 10 anos e deve demorar mais de duas décadas.Nos dois casos serão necessárias novas técnicas, destacou Hosono, já que a situação de Fukushima não tem precedentes: edifícios destruídos, um nível de radioatividade alto e combustível derramado sobre a plataforma de cimento da área de confinamento em três dos seis reatores do complexo.
O desmantelamento do complexo destruído pelo terremoto e tsunami de 11 de março não será concluído antes de 40 anos, prevê o governo."Temos que realizar os trabalhos evitando gerar novos riscos", disse o ministro da Indústria, Yukio Edano.O governo japonês decretou na sexta-feira passada a ;parada fria; dos reatores acidentados da central de Fukushima, uma etapa importante que marca a estabilização do local e abre o período de preparação para o desmantelamento.
Isto significa que a temperatura dos compartimentos dos reatores se mantém estável abaixo dos 100 graus Celsius e que as emissões radioativas estão controladas, o que era um dos objetivos da etapa 2 do plano de trabalho da Tokyo Electric Power (Tepco).
Paralelamente ao desmantelamento progressivo, as autoridades terão que administrar a área contaminada e a população que teve que abandonar a região.