Agência France-Presse
postado em 21/12/2011 21:30
MARSELHA - A empresa de fabricação de próteses mamárias PIP, que exportava mais de 80% de sua produção, vendia boa parte delas para a América do Sul, assim como para a Europa ocidental, em particular à Grã-Bretanha, indicaram diversas fontes nesta quarta-feira.As autoridades francesas anunciaram que na sexta-feira publicarão um informe de especialistas dizendo se estes implantes, fabricados pela PIP, deverão ser retirados, depois de vários casos suspeitos de câncer em mulheres que utilizavam as próteses. Cerca de 30 mil mulheres estão envolvidas na França por este problema.
Antes que a empresa fosse liquidada, em março de 2010, as vendas para a exportação da Poly Implant Proth;se (PIP), que produzia cerca de 100 mil próteses por ano, representavam 84% de sua atividade, segundo o veredicto de liquidação judicial do tribunal de comércio de Tolón. Entre seus melhores mercados figurava a América do Sul, especialmente Venezuela, Brasil, Colômbia e Argentina, com mais de 58% das exportações em 2007 e 50% em 2009. Oito casos de câncer foram apontados na França entre as pacientes que possuíam implantes de próteses mamárias defeituosas, indicou em meados de dezembro uma autoridade do ministério francês da Saúde.
Também nesta quarta-feira, uma advogada informou que mais de 250 mulheres britânicas entraram com uma ação depois que ao menos a metade delas teve problemas com as próteses fabricadas pela PIP. "Mais da metade destas mulheres sofreram rupturas de próteses e também representamos outras mulheres que estão preocupadas pelas informações" divulgadas pelos meios de comunicação sobre estes implantes de mama, declarou a advogada Esyllt Hugues, do escritório de advocacia Hugh James de Cardiff (Gales).
A ação judicial é dirigida contra "as clínicas que implantaram" estas próteses, acrescentou a advogada, informando que, por enquanto, eram sete as mencionadas nos documentos, mas este número pode chegar a 20. "Teríamos preferido acusar diretamente a PIP, mas se declararam em liquidação judicial e nossa informação é que a empresa não está garantida de forma adequada", explicou.