Agência France-Presse
postado em 22/12/2011 10:16
Seul - O regime comunista homenageou nesta quinta-feira (22) os líderes do passado e do presente da Coreia do Norte, país com o qual os Estados Unidos estão dispostos a negociar quando terminar o período de luto pela morte de Kim Jong-il."Volte para o povo que te ama tanto", gritou um oficial do exército, citado pela agência de notícias oficial KCNA, ao se inclinar diante do caixão de cristal no qual descansam os restos de Kim, falecido no sábado aos 69 anos.
A rede de televisão estatal transmitiu imagens de longas filas de civis e militares que marchavam diante do caixão, com o som de soluços e de músicas fúnebres ao fundo.
A KCNA afirmou que "maravilhas da natureza" homenagearam a memória do líder comunista, fazendo referência a uma tempestade de neve em uma montanha sagrada e a um pássaro que apresentou seus cumprimentos.
O novo líder do país, Kim Jong-un, foi elogiado pela imprensa oficial como um "Grande Sol", título reservado até agora ao seu pai e ao seu avô, Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte comunista.
Mais fechado que o habitual desde a morte de Kim, o país viveu nesta quinta-feira uma intensa atividade diplomática.
A comunidade internacional tenta não desestabilizar a península coreana, já que o regime comunista tem uma bomba nuclear.
Até o momento, a transição de poderes a Kim Jong-un foi realizada sem contratempos e os temores diminuíram.
"Não percebemos movimentos incomuns por parte do exército norte-coreano. Parece que está sendo uma transição relativamente tranquila (...) e esperamos que (a situação) permaneça assim", declarou o porta-voz do Pentágono, George Little.
Os Estados Unidos têm 28.500 soldados na Coreia do Sul, principal aliado americano na região, junto com o Japão.
Washington destacou sua intenção de trabalhar com Pyongyang após o período de luto decretado pela Coreia do Norte, que se prolongará até 29 de dezembro, um dia depois do funeral de Kim Jong-il.
Quando o falecimento do líder comunista foi anunciado, os Estados Unidos e a Coreia do Norte se encontravam em meio a negociações para tentar retomar a ajuda alimentar ao país asiático, que sofre de escassez crônica.
As autoridades americanas esperavam, em troca, avanços para reativar as negociações sobre o desarmamento nuclear norte-coreano, nas quais participam Washington, as duas Coreias, China, Japão e Rússia, e que estavam congeladas há dois anos.
A China, outra grande potência da região, espera que Pyongyang, seu aliado, mantenha a estabilidade e evite a queda do regime, o que poderia provocar uma chegada maciça de refugiados a território chinês.
A Coreia do Sul também deseja diminuir as tensões com o Norte, razão pela qual seu presidente, Lee Myung-Bak, assegurou nesta quinta-feira que seu país não é "hostil à Coreia do Norte".