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Com novas sanções assinadas por Obama, Irã ensaia fechar Estreito de Ormuz

postado em 02/01/2012 09:25
Poucas horas depois de Barack Obama assinar uma lei que reforça as sanções dos Estados Unidos ao Banco Central do Irã, por causa de seu programa nuclear, o regime islâmico anunciou que foi testado no Estreito de Ormuz um míssil terra-ar de médio alcance, como parte de exercícios militares realizados desde o Natal nessa estratégica via marítima. Para hoje, no encerramento das operações, a Marinha iraniana planeja simular uma manobra de interdição do tráfego pelo estreito, passagem obrigatória para mais de 20% do petróleo mundial transportado por navios.

;A partir de amanhã (hoje), a maioria de nossas unidades navais ; de superfície, submarinas e aéreas ; vai tomar posição segundo uma nova disposição tática destinada a impossibilitar a passagem de qualquer navio pelo Estreito de Ormuz, caso a República Islâmica assim decida;, afirmou o comandante da Marinha, almirante Mahmud Mussavi. Teerã ameaça fechar o estreito caso o Ocidente imponha um embargo às exportações de petróleo iraniano, e os EUA já afirmaram que consideram ;intolerável; a interdição da principal via de escoamento do óleo. Foi também o almirante Musavi quem confirmou o lançamento do míssil, ;equipado com a mais moderna tecnologia de combate contra alvos e capaz de evitar radares e sistemas inteligentes que tentam interferir na navegação (do míssil);.

A tensão militar no Golfo Pérsico coincide com uma escalada nas pressões dos EUA e da Europa contra o programa nuclear iraniano, suspeito de ter o objetivo secreto de desenvolver armas. No sábado, o presidente Obama promulgou a lei sobre financiamento do Departamento de Estado em 2012. O texto inclui novas sanções contra o setor financeiro do Irã ; extensivas aos BCs de outros países que participem de transações petroleiras com a República Islâmica ; e mereceu resposta dura do presidente Mahmud Ahmadinejad. ;O Banco Central é a espinha dorsal da pressão dos inimigos e deve possuir a resistência necessária para neutralizar as conspirações;, disse o governante iraniano.

Pressão externa

Também a União Europeia analisa um novo pacote unilateral de sanções financeiras ao regime islâmico, em linhas semelhantes ao assinado por Obama. Os EUA e seus aliados europeus articulam ainda uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para analisar a adoção de medidas de alcance internacional contra Teerã. A pressão ocidental se baseia em um relatório divulgado em novembro pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, organismo da ONU). O texto eleva o tom das preocupações com o programa nuclear iraniano e aponta atividades compatíveis com o desenvolvimento de armas ; como simulações realizadas em computador para o projeto de detonadores para artefatos atômicos.

Os partidários de uma nova rodada de sanções do Conselho de Segurança ao Irã esbarram na ameaça de veto por parte da Rússia e da China, ambas aliadas do regime islâmico e com interesses econômicos no país ; no caso russo, diretamente no setor nuclear.

Produção local

O Irã anunciou ontem que foi testada a primeira barra de combustível nuclear totalmente produzida no país, da extração do urânio até o seu enriquecimento. ;Depois de vários testes, a barra foi introduzida no reator de pesquisas nucleares de Teerã para investigar seu bom funcionamento;, afirma o site da Organização Iraniana de Energia Atômica. O minério usado no reator tem grau de enriquecimento de 20%, o que o torna utilizável apenas em instalações para fins civis ; para a produção de uma bomba atômica é necessário urânio enriquecido a 90%.

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