Agência France-Presse
postado em 03/01/2012 08:13
Yangun - Os militantes políticos e opositores birmaneses não esconderam a decepção com o anúncio de uma anistia coletiva que não apresenta informações sobre a tão esperada libertação dos prisioneiros de consciência.Um número não divulgado de presos deveria deixar as penitenciárias um dia depois da publicação de uma ordem do presidente Thein Sein na segunda-feira, destinada a celebrar o 64; aniversário da independência de Mianmar, em 4 de janeiro.
Mas na ordem não foram mencionados os advogados, jornalistas, monges e outros opositores que foram enviados para celas insalubres do país. Os países ocidentais pedem as libertações destas pessoas.
Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND), partido da líder opositora Aung San Suu Kyi, disse não saber se os membros da Liga serão liberados.
"Nós esperávamos uma verdadeira anistia", admitiu.
Segundo a decisão divulgada segunda-feira, a pena de morte será comutada para prisão perpétua. As penas de mais de 30 anos são reduzidas a 30 anos, as de entre 20 e 30 anos a 20 e todas as penas inferiores a 20 anos são reduzidas em 25%.
Mas os dissidentes condenados a dezenas de anos de prisão após o fracasso da revolta estudantil de 1988 não serão incluídos.
"Nem sequer é uma anistia, é muito frustrante", declarou Aung Jaing Min, da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos.