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Barack Obama deixa o Havaí para se dedicar por inteiro à campanha

Agência France-Presse
postado em 03/01/2012 15:10
Washington - O presidente americano Barack Obama voltou nesta terça-feira (3) a Washington depois de suas férias no Havaí para enfrentar os desafios de um complexo ano eleitoral, disposto a responder aos ataques da campanha republicana e centrado em sua reeleição.

Obama deixou para trás as idílicas praias, os suntuosos restaurantes e os campos de golfe de seu estado natal - onde desfrutava suas férias desde o dia 23 de dezembro - pouco antes de a máquina eleitoral entrar em funcionamento em Iowa, local em que os eleitores republicanos farão nesta terça-feira sua primeira avaliação sobre seu potencial rival para as eleições presidenciais do dia 6 de novembro.

Dedicado inteiramente à arena política, Obama argumentará que o sistema econômico sustentado pela cobiça e respaldado pelos republicanos prejudica a maioria dos americanos privando-os de uma "oportunidade justa", segundo explicaram fontes próximas ao presidente.

Em seu empenho para permanecer na Casa Branca, também atacará um impopular Congresso, apresentando suas ideias diretamente aos eleitores com uma vigorosa agenda de viagens.

Obama fará sua incursão mais importante até agora na campanha dirigindo-se aos democratas de Iowa, por meio de um vídeo publicado na internet ao vivo e diretamente na noite de terça-feira, enquanto os republicanos elegem no "caucus" seu candidato presidencial.

O presidente já está na mira dos ferozes ataques dos republicanos por sua gestão econômica, especialmente de Mitt Romney, o favorito para ganhar a nomeação dos conservadores.

"Esta foi uma presidência falida", disse Romney em Iowa domingo, buscando apresentar a eleição presidencial como um referendo sobre a gestão de Obama.

Os republicanos querem arrastar Obama à lama do debate eleitoral e comparam sua mensagem de esperança de 2008 com o atual declínio econômico dos Estados Unidos.

As perspectivas de Obama de ser reeleito para o segundo mandato a que todos os presidentes almejam está obscurecida pela alta taxa de desemprego e a frágil recuperação econômica.

Apesar da recente vitória política sobre os republicanos em uma disputa sobre a extensão de uma redução de impostos aos trabalhadores, os índices de aprovação de Obama estão abaixo de 50%.

Obama sabe que não pode se dar ao luxo de que a eleição se converta no referendo que Romney está propondo. Por isso, oferecerá uma nova visão aos americanos, se fazendo passar por um guerreiro de classe média, em sua primeira excursão nacional de 2012, que começa na quarta-feira no estado de Ohio (norte).

Segundo Dan Shea, professor de ciências políticas na universidade Allegheny College, na Pensilvânia, Obama ficou refém das condições econômicas. "Para ter credibilidade, é necessário que haja alguma melhora na economia".

A Casa Branca se alegra pelos sinais de recuperação econômica. O desemprego caiu para a 8,6% e os dados sugerem que a confiança dos consumidores melhora. Contudo, qualquer desaceleração econômica poderia condenar Obama.

Sua equipe de campanha observa ansiosamente o que ocorre do outro lado do Atlântico com a crise da dívida do euro, que ameaça se estender à economia dos Estados Unidos.

A primeira prova de Obama será sua exigência de que os legisladores estendam a redução do imposto aos trabalhadores para todo o ano de 2012. Essa questão deve ser o ponto chave do discurso do Estado da União dia 24 de janeiro, uma de suas últimas possibilidades de promover suas políticas públicas antes de enfrentar seu rival republicano.

[SAIBAMAIS]Obama equiparará sua luta para manter a redução do imposto aos trabalhadores com as novas iniciativas econômicas sob o slogan "Não podemos esperar", projetada para evitar táticas de bloqueio republicanas no Congresso, segundo seus colaboradores.

"Um dos maiores problemas que o presidente tem em suas bases é a percepção de que ele é ineficiente devido a uma suposta falta de espírito de luta", disse Kareem Creighton, professor da Universidade da Carolina do Norte. O debate sobre a isenção de impostos "marca sua primeira tentativa" de luta, acrescentou.

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