postado em 07/01/2012 08:00
O que seria uma viagem de fé ao Monte Sinai, no Egito, transformou-se ontem em momentos de tensão para 51 brasileiros, procedentes de São Paulo, Manaus e Rio. Dois ônibus permaneceram retidos por cinco horas, enquanto beduínos bloquearam dois pontos da estrada perto da cidade egípcia de Saint Catherine, a 250km do Sinai, impedindo o tráfego de veículos. Em entrevista ao Correio, por telefone, o pastor Moisés Ambrósio ; da Igreja Assembleia de Deus do Rio de Janeiro e organizador da excursão ; contou que, por volta das 23h30 (19h30 em Brasília), alguns beduínos entraram nos dois ônibus. ;Eles disseram que não fariam mal a nós, explicaram que protestavam contra o roubo na política e prometeram que nos ajudariam a sair de lá;, relatou. ;Nós ficamos com medo de uma emboscada;, admitiu. Os manifestantes escoltaram o grupo até um resort na cidade egípcia de Mara, a quatro horas da fronteira com Israel. Segundo Moisés, mais dois ônibus, com 100 brasileiros, estavam a 80km dali.Libertados, eles jantaram salada e pão. Ainda ontem, seguiriam viagem até um hotel, a uma hora do Sinai. A subida ao monte foi cancelada: na manhã de hoje, cruzariam a fronteira com Israel. ;Saímos do Cairo pela manhã, com a intenção de dormir no topo do Monte Sinai. A uma hora do destino, ficamos retidos;, disse Moisés. O pastor contou que os brasileiros enfrentaram um frio de 1;C. ;Tinha água no ônibus, mas pedimos ao pessoal que bebesse só o suficiente;, disse. Para pedir socorro, o grupo entrou em contato com uma tevê brasileira e divulgou um vídeo. O Itamaraty acionou a Embaixada do Brasil no Cairo e o Ministério do Interior do Egito. O governo do país muçulmano enviou policiais ao local.