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AI diz que protestos devem continuar no Oriente Médio e no Norte da África

postado em 09/01/2012 11:38
A violência e a repressão ;deverão continuar a assolar o Oriente Médio e o Norte de África em 2012;, segundo relatório da Anistia Internacional (AI), divulgado nesta segunda-feira (9), sobre os efeitos da chamada Primavera Árabe ; onda de protestos e manifestações que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África, entre 2010 e 2011, e que culminou na queda de líderes que se mantinham há anos no poder.

O documento analisa com detalhe os casos das revoltas no Egito (onde o presidente Hosni Mubarak renunciou), na Tunísia (onde o ex-presidente Zinedine el Abidine Ben Ali fugiu para a Arábia Saudita) e na Líbia (país que ainda vive em meio a tensões mesmo após a morte do ex-presidente Muamar Kadafi). No relatório Ano de Rebelião: o estado dos direitos humanos no Oriente Médio e no Norte de África, a Anistia Internacional revê ;os drásticos acontecimentos; que afetaram estas regiões no ano passado e prevê que os confrontos continuem, ;a menos que os governos da região e as potências internacionais percebam a dimensão das mudanças exigidas;.

No documento, a organização descreve ;como os governos de toda a região têm recorrido à violência extrema na tentativa de resistir aos pedidos, sem precedentes, [das populações civis] por reformas políticas e sociais;.

Reconhecendo que ;os movimentos de protesto na região não mostraram sinais de quererem abandonar os seus objetivos ou aceitar reformas incompletas;, a AI demonstra preocupação com a reação dos regimes.

;Com raras exceções, os governos têm falhado em reconhecer que tudo mudou;, considera Philip Luther, diretor interino da Anistia Internacional para o Oriente Médio e o Norte de África, citado no relatório.

;Os movimentos de protesto em toda a região revelam ser resistentes face à repressão, por vezes, implacável. Eles são liderados, em muitos casos, por jovens - entre eles, mulheres - que desempenham papéis centrais;, avalia o documento.

Apesar das promessas das Forças Armadas em ;cumprir as exigências; do movimento civil egípcio, a Anistia constata ;uma série de abusos, em alguns aspectos, piores do que os ocorridos sob o governo de Hosni Mubarak;, o presidente deposto. E receia que em 2012 ;possam surgir novas tentativas;, por parte dos militares, ;de restringir a capacidade dos egípcios de se manifestarem e de expressarem livremente as suas opiniões;.

Desde a deposição do regime anterior, na Tunísia, verificaram-se ;melhorias significativas em matéria de direitos humanos, mas, um ano depois, muitos consideram que o ritmo das mudanças tem sido lento, com as famílias das vítimas da revolta ainda aguardando por justiça;, destaca a entidade.

A ;capacidade das novas autoridades; líbias para ;controlar as brigadas armadas" que ajudaram a depor Muammar Khadafi é questionada pela Anistia Internacional, salientando que ;os graves abusos; cometidos contra o anterior regime ;raramente foram punidos;.

A organização refere-se ainda a outros ;governos que continuam determinadamente agarrados ao poder;.

As Forças Armadas e os serviços secretos sírios "têm sido responsáveis por um padrão de assassinatos e tortura que podem ser considerados crimes contra a humanidade;, sustenta a AI, criticando ainda ;o impasse; na situação política no Iémen.

No Bahrein, ;no final do ano, continuavam as demonstrações do governo em implementar as amplas recomendações [para conter a repressão contra manifestações civis]; de um relatório independente realizado por peritos internacionais sobre os abusos relacionados com as manifestações civis.

Os protestos seguem ainda na Arábia Saudita, apesar da ;repressiva lei antiterrorismo; adotada pela monarquia, e no Irã ;o governo continuou a sufocar a oposição, aumentando as restrições à liberdade de informação;.

Mas as críticas da Anistia Internacional não ficam restritas aos Estados que vivem momentos de tensão ; ;a resposta aos acontecimentos de 2011 por parte das potências internacionais e dos organismos regionais, como a União Africana, a Liga Árabe e a União Europeia, tem sido inconsistente;.

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