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Embaixadores dizem que usina nuclear iraniana é "clara ruptura" com a ONU

Agência France-Presse
postado em 11/01/2012 18:58
Nova York - Quatro embaixadores ocidentais acusaram perante a ONU nesta quarta-feira o Irã de cometer uma "clara ruptura das resoluções do Conselho de Segurança" com o enriquecimento de urânio a 20%.

Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos ressaltaram o procedimento iraniano perante o Conselho de Segurança da ONU. O enriquecimento da usina de Qom (norte) é "uma clara ruptura" e "mais uma às resoluções do Conselho de Segurança", disse o embaixador adjunto da Grã-Bretanha, Philip Parham.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou na segunda-feira que o Irã começou a controversa produção de urânio enriquecido a 20% em sua usina de Fordo, localizada em uma zona montanhosa de difícil acesso. Este nível de enriquecimento não é, no entanto, suficiente para produzir combustível para bombas atômicas.

Os quatro países ocidentais manifestaram sua preocupação argumentando que a nova usina não tem um "uso civil confiável", afirmou o embaixador adjunto da França, Martin Briens.

A denúncia ocorre no mesmo dia em que o cientista iraniano Mustafa Ahmadi Roshan, engenheiro químico de 32 anos e um dos diretores adjuntos da central de enriquecimento nuclear de Natanz (centro do Irã), foi assassinado após a explosão de uma bomba magnética colocada em seu carro, enquanto circulava perto da Universidade Allameh Tabatabai, a leste de Teerã.

O vice-presidente iraniano, Mohamad Reza Rahimi, acusou os Estados Unidos e Israel de estarem por trás deste atentado e prometeu que atos como estes não irão deter o "progresso" do programa nuclear iraniano.

Os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento no ataque.

O Conselho de Segurança da ONU adotou seis resoluções e quatro pacotes de sanções contra o Irã por seu programa nuclear que, segundo os aliados ocidentais, encobre sua intenção de desenvolver uma bomba atômica. O Irã, por sua vez, nega as acusações.

Rússia e China dizem ser contra qualquer nova sanção contra o Irã, apesar das crescentes tensões entre a República Islâmica e o Ocidente.

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