postado em 15/01/2012 08:00

Segundo o oficial, o suicida distribuía alimentos aos peregrinos quando detonou a bomba. ;Eu vi um soldado segurar o agressor para levá-lo ao oficial responsável;, relatou Kadhim Nasser, que estava no comando de uma parada de descanso. ;Quando o soldado estava empurrando o homem, o insurgente explodiu a si mesmo. No momento, mulheres e crianças estavam passando;, completou o iraquiano. Com medo de que ocorressem novos atentados, as forças de segurança iraquianas interditaram o hospital de Basra, para onde foram levadas as vítimas. O diretor de saúde da cidade, Riyadh Abdul-Amir, alertou que o estado de alguns feridos era grave e que o número de mortos podia aumentar.
;Nós apenas íamos visitar a mesquita (Khatwa, na cidade de Zubayr, a oeste de Basra). Que crime cometemos que fez com que essa pessoa quisesse nos matar?;, questionou o xiita Samir Khadim, 47 anos, citado pelo jornal norte-americano The New York Times. ;Os bombardeios nunca vão nos impedir de celebrar;, determinou. Os fiéis seguiam para a mesquita para celebrar o fim dos tradicionais 40 dias de luto pela morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé.
Ataques de insurgentes acontecem com frequência em períodos de celebrações religiosas. Uma das ofensivas mais violentas ocorreu em 5 de janeiro, perto da cidade de Nasiriya, ao norte de Basra, quando um homem-bomba causou a morte de 47 pessoas. No mesmo dia, outros dois bombardeios, desta vez em bairros xiitas em Bagdá, tiraram a vida de mais 23 iraquianos.
Tradicionalmente, os fiéis peregrinam à cidade de Karbala, 100km a sudoeste de Bagdá, para visitar o local onde Hussein foi enterrado. Os moradores do sul do país que não têm como ir à região, por sua vez, viajam a Zubayr para rezar na mesquita Khatwa, lugar sagrado para os xiitas. A série de ofensivas ocorre em um momento de disputas políticas no Iraque, em que o governo, liderado por xiitas, está contra o principal bloco legislativo, apoiado pelos sunitas. As tensões sectárias ocorrem menos de um mês após as tropas dos Estados Unidos terem deixado o país.