postado em 16/01/2012 19:20
O governo argentino mandou investigar a Petrobras e outras quatro empresas de petróleo, acusadas de sobrepreço no combustível vendido às empresas de transporte de passageiros e carga em relação ao produto comercializado nos postos. O ministro do Planejamento, Júlio De Vido, disse nesta segunda-feira (16/1) que o óleo diesel, vendido no atacado, está com o preço até 30% a mais que no varejo %u2013 o que, segundo ele, não faz sentido. Consultada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da Petrobras não quis comentar o assunto.
A denúncia, feita pelas empresas de transporte de passageiros e carga, foi encaminhada pelo governo argentino à Comissão Nacional de Defesa da Competição (CNDC). Além da Petrobras Argentina, serão investigadas a Repsol-YPF, Shell, Esso e Oil. A política de Estado %u201Cé combater e terminar com os monopólios e os grupos de poder que distorceram as variáveis de mercado%u201D, disse De Vido.
O ministro pediu %u201Cuma rápida solução para o problema%u201D que, segundo ele, prejudica %u201C40 milhões de argentinos%u201D e beneficia %u201Capenas cinco empresas%u201D. Com os sobrepreços, as empresas estariam faturando, em média, 3,5 bilhões de pesos (R$ 1,4 bilhão) ao ano, encarecendo o transporte público.
Desde a reeleição de Cristina Kirchner, em outubro passado, o governo tem anunciado medidas para reforçar o controle do câmbio, dificultar as importações e cortar os subsídios. A intenção é fazer caixa em um ano que promete ser difícil por causa da crise internacional e da perspetiva de um menor crescimento econômico em países como o Brasil e a China. O transporte publico, por enquanto, continua sendo subsidiado.
Na entrevista, o governo argentino criticou principalmente a Repsol-YPF e a Shell. De Vido acusou o presidente da Shell, Juan José Aranguren, de ser %u201Cum sistemático opositor%u201D do governo.