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Militar afegão diz ter matado franceses devido a vídeo de abuso americano

Agência France-Presse
postado em 22/01/2012 16:17
CABUL - O soldado afegão que matou quatro soldados franceses e feriu outros 15 disse que sua motivação foram as imagens de militares americanos urinando sobre cadáveres de afegãos, disseram fontes de segurança em Cabul.

"Ele é realmente um soldado registrado, e declarou ter sido essa sua motivação nos primeiros interrogatórios feitos pelos militares franceses", disse uma das fontes.

"Em suas primeiras confissões, disse que estava fortemente motivado a matar os soldados quando viu o vídeo", declarou outra fonte, segundo a qual o assassino, conforme disse, "não tinha nenhum contato direto com os talibãs, mas tampouco os odeia".

Na sexta-feira, um militar afegão atirou contra um grupo de soldados franceses que davam formação a tropas afegãs em Gwan. O homem aproveitou um momento em que os instrutores faziam ;jogging; na base, desarmados e desprotegidos, para atirar contra eles.

Quatro homens morreram e 15 ficaram feridos, oito deles com gravidade.

No sábado, Gérard Longuet disse que o assassino era "um talibã infiltrado há tempos", segundo lhe contou o general Nazar, comandante da 3; Brigada do Exército Nacional Afegão (ANA), à qual o soldado é subordinado.

Com 21 anos, o homem, identificado como Abdul Mansur, foi detido depois do ataque.

Segundo Longuet, trata-se de um ex-soldado do exército afegão que desertou e em seguida provavelmente foi para o Paquistão, antes de voltar ao ANA. Estava há dois meses na unidade de Gwan.

Interrogados várias vezes pela AFP neste sábado, os rebeldes, que no geral reconhecem rapidamente as perdas infligidas às tropas estrangeiras, negaram ter praticado o ataque.

Por escrito, um de seus porta-vozes, Zabiullah Mujahid, reconheceu, no entanto, que os insurgentes investigavam o caso.

O presidente afegão, Hamid Karzai, também qualificou no domingo o assassinato dos quatro militares franceses como um "ato individual e isolado", sem mencionar a palavra "talibã".

Um vídeo amador filmado no Afeganistão, que mostra quatro jovens marines vestindo uniformes americanos rindo enquanto urinam sobre três corpos ensanguentados, conscientes de que estão sendo filmados, provocou indignação da comunidade internacional em meados de janeiro.

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