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Schettino estava sóbrio quando o navio de cruzeiro naufragou, diz laudo

postado em 24/01/2012 08:49
O exame toxicológico do comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, mostrou que ele não estava sob efeito de drogas na noite de 13 janeiro, quando o navio de cruzeiro bateu em uma rocha perto do porto da ilha de Giglio, na Itália, e naufragou. O resultado foi divulgado ontem pelo advogado do capitão. ;Não tínhamos dúvidas sobre isso;, afirmou Bruno Leporatti, em relação à ausência de substâncias ilícitas no organismo do cliente.

A declaração do advogado foi feita enquanto os mergulhadores retomavam as buscas por corpos. Foram encontrados mais dois cadáveres, de mulheres que estavam próximas ao cibercafé do quarto deque da embarcação. ;Isso eleva o número de corpos localizados para 15;, contabilizou o chefe da Defesa Civil italiana, Franco Gabrielli. Cerca de 20 pessoas continuam desaparecidas, número que pode ser ainda maior, já que uma quantidade não especificada de passageiros pode ter embarcado sem registro.

Equipe de resgate retira o corpo de uma mulher: duas novas vítimas

As buscas pelas vítimas podem, entretanto, ser suspensas. Há a preocupação com um desastre ecológico em potencial nas reservas naturais do arquipélago toscano. Ainda há cerca de 2,4 mil toneladas de combustível no navio e a Defesa Civil italiana quer iniciar o quanto antes a extração do material. Caso não seja possível conciliar os trabalhos de retirada do material e a procura pelos desaparecidos, as buscas serão canceladas, para que não haja risco de morte para os mergulhadores.

Indenizações

Entre os sobreviventes, muita revolta e pedidos de indenização. Segundo informações da agência France-Presse, um advogado norte-americano anunciou ontem que apresentará amanhã, em Miami (na Flórida, sudeste dos Estados Unidos), ações coletivas dos passageiros do transatlântico. ;Fomos procurados por vítimas do mundo inteiro, da Romênia ao Peru, além de Itália e Estados Unidos ; de onde veio a maioria. Estamos preparando uma ação em nome de todas as vítimas contra os responsáveis, que pretendemos apresentar em Miami;, disse Mitchell Proner, da firma nova-iorquina Proner and Proner.

As ações podem chegar a pelo menos 125 mil euros de indenização por pessoa que saiu sem se machucar, ;várias vezes mais; para feridos e ;até vários milhões de euros; aos parentes das vítimas falecidas. Proner conta que os alvos das futuras ações ainda não foram definidos, mas citou a companhia Costa Cruzeiros, proprietária do Concordia, assim como as empresas responsáveis pelos sistemas de alerta e emergência. Havia 4,2 mil pessoas, entre passageiros e tripulantes, a bordo da embarcação.

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